FORMAÇÃO CONTINUADA EM
LÍNGUA PORTUGUESA
ROTEIRO
DE ATIVIDADES – Versão do Aluno
1º ciclo do 3º bimestre da 2ª série
Eixo bimestral: POESIA NO PARNASIANISMO
Gerência
de Produção
Luiz Barboza
Coordenação
Acadêmica
Gerson Rodrigues
Coordenação
de Equipe
Leandro Nascimento
Conteudistas
Simone
Lopes
Vanessa
Britto
Edição On-Line Revista e Atualizada
Rio de Janeiro
2013

TEXTO GERADOR I
O primeiro texto gerador desse
ciclo, As pombas, é de autoria de
Raimundo Correia. A obra desse poeta normalmente remete a temas como a
natureza, a perfeição formal dos objetos e a cultura clássica. Já sua poesia
filosófica, de meditação, é marcada pela desilusão e por um forte pessimismo.
Ressalta-se a força lírica do autor, principalmente quando canta a natureza,
conforme se observa no poema As pombas.
O primeiro gerador é um soneto, no qual se evidencia não somente o tema da
natureza, mas também o culto à forma através do uso de vocábulos raros, de inversões
frasais (hipérbatos), de rimas ricas e de verbos decassílabos. A partir desse
texto, serão trabalhadas habilidades dos eixos leitura e uso da língua.
AS POMBAS
Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais... Raimundo Correia |
Glossário
Céleres: velozes.
Nortada: “vento frio e/ou áspero que
sopra
do norte”.
Revoada: bando de aves que revoam.
Ruflar: agitar as asas para voar.
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ATIVIDADE DE LEITURA
QUESTÃO 1
Os poetas parnasianos tinham como um
de seus preceitos básicos o culto da forma. Por essa razão, cultivavam o
soneto: composição poética de 14 versos distribuídos em dois quartetos e dois
tercetos, apresentando métrica – normalmente versos alexandrinos (12 sílabas
poéticas) e decassílabos (10 sílabas poéticas) - e rima.
A - Sobre o poema “As pombas”,
assinale a alternativa correta:
a)
É um soneto de versos alexandrinos, com as rimas ABBA
(nos quartetos) e CCD/EED (nos tercetos).
b)
É um soneto de versos decassílabos, com as rimas ABBA
(nos quartetos) e CCD/EED (nos tercetos).
c)
É um soneto de versos alexandrinos, com as rimas ABBA
(nos quartetos) e CCD (nos tercetos).
d)
É um soneto de versos decassílabos, com as rimas ABBA
(nos quartetos) e CCD (nos tercetos).
B - Muitos sonetos parnasianos
cultivaram a rima rica, ou seja,
quando a rima acontece entre palavras de classes gramaticais diferentes. No
poema “As pombas”, temos um exemplo de rima rica na seguinte alternativa:
a)
soltam/voltam
b)
abotoam/voam
c)
pombais/mais
d)
nortada/revoada
ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA
QUESTÃO 2
“As pombas” é um soneto terminado
com “chave de ouro”, isto é, um verso final bem escrito, que procura condensar
uma ideia e arrematar o poema com um belo efeito. A figura de linguagem que
contribuiu para a construção do efeito “chave de ouro” no referido poema foi:
a)
antítese
b)
elipse
c)
anáfora
d)
hipérbato
TEXTO GERADOR II
O segundo texto gerador do ciclo
intitula-se A um poeta. Seu autor,
Olavo Bilac, é considerado o “ourives da linguagem” devido a sua preocupação
com a forma poética. Bilac buscava escrever sonetos com versos alexandrinos e,
como os outros poetas da tríade, colocou-se à margem dos grandes acontecimentos
políticos e sociais do seu tempo. A um
poeta, soneto de verbos decassílabos, tematiza o ofício de ser poeta e
clarifica o ideal da arte pela arte, um dos principais lemas da estética
parnasiana. A partir desse texto, serão
trabalhadas habilidades dos eixos leitura e uso da língua.
A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,Beneditino, escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua! Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo, que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego. Não se mostre na fábrica o suplício Do mestre. E, natural, o efeito agrade, Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da
Verdade,
Olavo BilacArte pura, inimiga do artifício, É a força e a graça na simplicidade. |
Glossário
Artifício:
recurso engenhoso
Beneditino: aquele que segue as regras de São Bento, fundador
do sistema monástico cristão. Monge da Ordem de São Bento.
Claustro: ambiente de isolamento
Estéril: improdutivo.
Suplício: a aflição.
Turbilhão: movimento
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ATIVIDADE DE LEITURA
QUESTÃO 3
Leia o fragmento a seguir:
“A busca da objetividade temática e o culto da forma são as mais
importantes características do Parnasianismo. Os poetas parnasianos
opunham-se ao individualismo, ao sentimentalismo e ao subjetivismo
românticos, e procuraram voltar sua poesia para temas que consideravam mais
universais, como a natureza, a história, o amor, os objetos inanimados, além
da própria poesia. Essa poética da impessoalidade era reforçada pelo gosto da
descrição e do rigor formal. O ideal da "arte pela arte" resultou
em acentuada preocupação com a versificação e a metrificação, pois se
acreditava que a Beleza residia também na forma.”
(http://www.itaucultural.org.br)
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Em “A um poeta”, Olavo Bilac aproxima o ofício de ser poeta ao ofício
de um escultor: Ambos buscam moldar perfeitamente a forma de seus objetos
estéticos. Tendo por base a leitura do poema de Olavo Bilac e do fragmento acima,
responda:
a) Explique
por que o último verso da 1ª estrofe é representativo do ideal da “arte pela
arte”.
b) Destaque
um verso no qual o eu - lírico exteriorize a ideia de que o esforço empreendido
na busca pela forma perfeita não pode transparecer no resultado final da
poesia.
ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA
Questão 4
No primeiro quarteto do soneto “A um
poeta”, de Olavo Bilac, o eu-lírico procura construir uma imagem de sacrifício
para a produção de um poema perfeito. Para isso, lança mão, no último verso desse
quarteto, de duas figuras de linguagem: a gradação ou clímax e a metonímia.
Explique como essas figuras de linguagem ajudam a construir essa imagem que
sugere o qual árduo é o trabalho do poeta.
ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA
QUESTÃO 5
Termos acessórios da oração
são aqueles que, embora não integrem necessariamente a estrutura básica da
oração, contribuem por informarem características ou circunstâncias relativas a
um substantivo, pronome ou verbo. A partir disso, responda aos itens a seguir:
A) O
aposto é um dos termos acessórios da
oração que tem por função explicar, esclarecer, resumir ou comentar algo sobre
um termo de natureza nominal. Em “A um
poeta”, destaque um aposto e diga o nome ao qual ele está relacionado.
B) A
atividade de escrita do poeta é apresentada como um trabalho árduo, que requer
recolhimento e concentração. Para expressar isso, o poema recorreu a uma
abundância de adjuntos adverbiais,
termos acessórios que podem indicar a circunstância de um verbo ou intensificar
seu sentido, bem como o de um adjetivo ou de outro advérbio. Tais adjuntos caracterizam de forma marcante
todo o envolvimento requerido pelo ofício de escrever. Identifique-os,
relacionando-os às necessidades de recolhimento e concentração expressos no
soneto.
TEXTO GERADOR III
O poema seguinte é da autoria de
Alberto de Oliveira, um dos grandes representantes do Parnasianismo e que,
juntamente com Raimundo Correia e Olavo Bilac, integrou a famosa tríade
parnasiana. Através desse poema, será
possível aprofundar as relações entre as características da estética e seu
contexto social e histórico por meio de atividade do eixo de leitura.
O ÍDOLO
Sobre um trono de mármore sombrio,
Em templo escuro, há muito abandonado, Em seu grande silêncio, austero e frio Um ídolo de gesso está sentado.
E como à estranha mão, a paz silente
Quebrando em torno às funerárias urnas, Ressoa um órgão compassadamente Pelas amplas abóbadas soturnas.
Cai fora a noite - mar que se retrata
Em outro mar - dois pélagos azuis; Num as ondas - alcíones de prata, No outro os astros - alcíones de luz.
E de seu negro mármore no trono
O ídolo de gesso está sentado. Assim um coração repousa em sono... Assim meu coração vive fechado.
Alberto de Oliveira
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Glossário:
Alcíones: Estrela de terceira grandeza, a mais brilhante das
Plêiades.
Austero: severo.
Pélago:
abismo marítimo; pego. 2. mar alto.
Silente:
silencioso, calado, que não faz barulho.
Soturno: Assustador; amedrontador; apavorante; terrível.
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ATIVIDADE DE LEITURA
Questão 6
O Parnasianismo é um estilo
literário que tem uma preocupação extrema com a forma dos versos, com a métrica
e a rima, elementos que precisavam estar rigidamente organizados e
impecavelmente belos. A atenção excessiva à beleza é decorrente de uma época em
que a sofisticação de inspiração francesa da Belle Époque repercute no meio social da elite brasileira.
Alheio
às questões da realidade, o Parnasianismo representou a tradução poética de um
período de euforia e de relativa tranquilidade social, durante o qual a forma
se sobrepôs às ideias, valendo ao estilo a acusação de “afetação pelo preciosismo da linguagem e da forma, buriladas como
preciosa ourivesaria e superficialidade pela recusa das questões
político-sociais de seu tempo” (BARROS, p. 22).
A
partir disso, releia a 1ª estrofe do poema de Alberto de Oliveira, retire um
verso que comprove a afirmação de Barros e explique o porquê.
ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL
QUESTÃO
7
Paráfrase “é a reafirmação, em
palavras diferentes, do mesmo sentido de uma obra escrita. Uma paráfrase pode
ser uma afirmação geral da ideia de uma obra como esclarecimento de uma
passagem difícil. Em geral, ela se aproxima do original em extensão” (SANT’ANNA,
p. 17). Uma paráfrase da explicação de Sant’Anna seria algo do tipo:
parafrasear é dizer a mesma coisa com outras palavras.
Uma paráfrase pode ser a explicação
da parte mais difícil de algum texto. Normalmente, os textos das paráfrases têm
um tamanho parecido com os textos originais. Algumas paráfrases não trazem
exatamente o mesmo sentido do texto original, mas mantém a mesma estrutura
sintática e semântica. Isso pode ser percebido nas paráfrases de frases
célebres, como esta, de Vinícius de Moraes:
Frase
original
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“As feias que me perdoem, mas
beleza é fundamental”.
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Paráfrase
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Os calvos que me perdoem, mas
cabelo é fundamental.
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Na
paráfrase acima, observa-se que a estrutura sintática da frase original foi
mantida: uma oração com o verbo no subjuntivo, seguida por outra, adversativa,
introduzida pela conjunção “mas”. A estrutura semântica também é a mesma, visto
que se apresenta uma característica considerada como negativa e, contrapondo-se
a ela através da adversativa, destaca-se como imprescindível a característica
contrária.
Com base nessas informações, elabore
a paráfrase de um dos poemas parnasianos estudados.
ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL
QUESTÃO
8
Originalmente,
o soneto (pequeno som), como o próprio nome sugere, era composto para ser
cantado. As características estruturais e prosódicas dessa composição poética
foram aproveitadas pela banda brasileira Kid
Abelha, que musicou o poema parnasiano “Via Láctea” (soneto XIII), de Olavo
Bilac. Outro famoso caso de transposição poema/música se deu com o poema As pombas, de Raimundo Correia, musicado
por Chiquinha Gonzaga, compositora e maestrina carioca nascida no final do
século XIX. O soneto de Bilac e a versão musicada pelo grupo Kid Abelha podem ser observados abaixo.
Via Láctea- Soneto XIII
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso" Eu vou direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto E abro as janelas, pálido de encanto.... E conversamos toda a noite, enquanto A via láctea, como um páleo aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora "Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que sentido Tem o que dizem quando estão contigo?". E eu vos direi "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas". (Olavo Bilac) |
Ouvir Estrelas
Direi ouvir estrelasCerto perdestes o senso E eu vos direi, no entanto Que, para ouvi- lás Muita vez desperto E abro as janelas, Pálido de espanto Enquanto conversamos Cintila via láctea Como um pálido aberto E ao vir do sol, Saudoso e em pranto Inda as procuro pelo céu deserto Que conversas com elas O que te dizem Quando estão contigo Ah... Amai para entendê-las Ah... Pois só que ama pode ouvir estrelas
(Kid Abelha)
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Glossário
Cintila:
Resplandece Tresloucado: louco, desvairado.
Páleo:
termo que indica antigo, velho.
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Agora
é a sua vez!
Escolha
um dos sonetos que compõem este Roteiro de Atividades para, em seguida,
musicá-lo.
adorei o roteiro de atividades, você poderia me passar as respostas dessas atividades?
ResponderExcluirProfessora, poderia me mandar as respostas dos roteiros de atividades do Parnasianismo e Simbolismo ???
ResponderExcluirGrata Yannes, professora de português, (computador do meu filho).
GABARITO , POR FAVOR!!!
ResponderExcluirPoderia enviar o gabarito das atividades?
ResponderExcluirPerfeito! Poderia enviar o gabarito? celmaprof@hotmail.com
ResponderExcluirpode enviar o gabarito,obrigada por compartilhar.Muito elaborado e inteligente
ResponderExcluirme mande as resposta por favor
ResponderExcluirPARABÉNS! BOM TRABALHO.
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