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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Parnasianismo - Roteiro de atividades - 2ª série do Ensino Médio





FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA
ROTEIRO DE ATIVIDADES – Versão do Aluno
1º ciclo do 3º bimestre da 2ª série
Eixo bimestral: POESIA NO PARNASIANISMO



Gerência de Produção
Luiz Barboza





Coordenação Acadêmica
Gerson Rodrigues





Coordenação de Equipe
Leandro Nascimento




Conteudistas
Simone Lopes
Vanessa Britto


Edição On-Line Revista e Atualizada
Rio de Janeiro
2013

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5VfFavW99uGzYgewQcPM7QiCUkrSKRn2AzkSkUTy6sRnraxhA9LZcNDiiltRkSu6UVRdCQ01O5YJzZijNctqiRJaiRtMNZ3g9Ky6S6qOCilQYpdOFOZgNE7UH8drwOoDmRYpMBgLhwfg/s1600/cederj_logo2.jpg





TEXTO GERADOR I


            O primeiro texto gerador desse ciclo, As pombas, é de autoria de Raimundo Correia. A obra desse poeta normalmente remete a temas como a natureza, a perfeição formal dos objetos e a cultura clássica. Já sua poesia filosófica, de meditação, é marcada pela desilusão e por um forte pessimismo. Ressalta-se a força lírica do autor, principalmente quando canta a natureza, conforme se observa no poema As pombas. O primeiro gerador é um soneto, no qual se evidencia não somente o tema da natureza, mas também o culto à forma através do uso de vocábulos raros, de inversões frasais (hipérbatos), de rimas ricas e de verbos decassílabos. A partir desse texto, serão trabalhadas habilidades dos eixos leitura e uso da língua.

AS POMBAS

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais...

Raimundo Correia












Glossário

Céleres: velozes.

Nortada: “vento frio e/ou áspero que
sopra do norte”.

Revoada: bando de aves que revoam.

Ruflar: agitar as asas para voar.






ATIVIDADE DE LEITURA

QUESTÃO 1

            Os poetas parnasianos tinham como um de seus preceitos básicos o culto da forma. Por essa razão, cultivavam o soneto: composição poética de 14 versos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos, apresentando métrica – normalmente versos alexandrinos (12 sílabas poéticas) e decassílabos (10 sílabas poéticas) - e rima.

A - Sobre o poema “As pombas”, assinale a alternativa correta:
a)      É um soneto de versos alexandrinos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e CCD/EED (nos tercetos).
b)      É um soneto de versos decassílabos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e CCD/EED (nos tercetos).
c)      É um soneto de versos alexandrinos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e CCD (nos tercetos).
d)     É um soneto de versos decassílabos, com as rimas ABBA (nos quartetos) e CCD (nos tercetos).

B - Muitos sonetos parnasianos cultivaram a rima rica, ou seja, quando a rima acontece entre palavras de classes gramaticais diferentes. No poema “As pombas”, temos um exemplo de rima rica na seguinte alternativa:
a)      soltam/voltam
b)      abotoam/voam
c)      pombais/mais
d)     nortada/revoada





ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 2

            “As pombas” é um soneto terminado com “chave de ouro”, isto é, um verso final bem escrito, que procura condensar uma ideia e arrematar o poema com um belo efeito. A figura de linguagem que contribuiu para a construção do efeito “chave de ouro” no referido poema foi:

a)      antítese
b)      elipse
c)      anáfora
d)     hipérbato

TEXTO GERADOR II

            O segundo texto gerador do ciclo intitula-se A um poeta. Seu autor, Olavo Bilac, é considerado o “ourives da linguagem” devido a sua preocupação com a forma poética. Bilac buscava escrever sonetos com versos alexandrinos e, como os outros poetas da tríade, colocou-se à margem dos grandes acontecimentos políticos e sociais do seu tempo. A um poeta, soneto de verbos decassílabos, tematiza o ofício de ser poeta e clarifica o ideal da arte pela arte, um dos principais lemas da estética parnasiana.  A partir desse texto, serão trabalhadas habilidades dos eixos leitura e uso da língua.

A um poeta
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.

Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Olavo Bilac

Glossário

Artifício: recurso engenhoso

Beneditino: aquele que segue as regras de São Bento, fundador do sistema monástico cristão. Monge da Ordem de São Bento.

Claustro: ambiente de isolamento

Estéril: improdutivo.

Suplício: a aflição.

Turbilhão: movimento

ATIVIDADE DE LEITURA

QUESTÃO 3

            Leia o fragmento a seguir:

A busca da objetividade temática e o culto da forma são as mais importantes características do Parnasianismo. Os poetas parnasianos opunham-se ao individualismo, ao sentimentalismo e ao subjetivismo românticos, e procuraram voltar sua poesia para temas que consideravam mais universais, como a natureza, a história, o amor, os objetos inanimados, além da própria poesia. Essa poética da impessoalidade era reforçada pelo gosto da descrição e do rigor formal. O ideal da "arte pela arte" resultou em acentuada preocupação com a versificação e a metrificação, pois se acreditava que a Beleza residia também na forma.
 (http://www.itaucultural.org.br)

            Em “A um poeta”, Olavo Bilac aproxima o ofício de ser poeta ao ofício de um escultor: Ambos buscam moldar perfeitamente a forma de seus objetos estéticos. Tendo por base a leitura do poema de Olavo Bilac e do fragmento acima, responda:

a)      Explique por que o último verso da 1ª estrofe é representativo do ideal da “arte pela arte”.
b)      Destaque um verso no qual o eu - lírico exteriorize a ideia de que o esforço empreendido na busca pela forma perfeita não pode transparecer no resultado final da poesia.
ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

Questão 4

            No primeiro quarteto do soneto “A um poeta”, de Olavo Bilac, o eu-lírico procura construir uma imagem de sacrifício para a produção de um poema perfeito. Para isso, lança mão, no último verso desse quarteto, de duas figuras de linguagem: a gradação ou clímax e a metonímia. Explique como essas figuras de linguagem ajudam a construir essa imagem que sugere o qual árduo é o trabalho do poeta.

ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 5

            Termos acessórios da oração são aqueles que, embora não integrem necessariamente a estrutura básica da oração, contribuem por informarem características ou circunstâncias relativas a um substantivo, pronome ou verbo. A partir disso, responda aos itens a seguir:

A)    O aposto é um dos termos acessórios da oração que tem por função explicar, esclarecer, resumir ou comentar algo sobre um termo de natureza nominal. Em “A um poeta”, destaque um aposto e diga o nome ao qual ele está relacionado.
B)    A atividade de escrita do poeta é apresentada como um trabalho árduo, que requer recolhimento e concentração. Para expressar isso, o poema recorreu a uma abundância de adjuntos adverbiais, termos acessórios que podem indicar a circunstância de um verbo ou intensificar seu sentido, bem como o de um adjetivo ou de outro advérbio.  Tais adjuntos caracterizam de forma marcante todo o envolvimento requerido pelo ofício de escrever. Identifique-os, relacionando-os às necessidades de recolhimento e concentração expressos no soneto.



TEXTO GERADOR III

            O poema seguinte é da autoria de Alberto de Oliveira, um dos grandes representantes do Parnasianismo e que, juntamente com Raimundo Correia e Olavo Bilac, integrou a famosa tríade parnasiana.  Através desse poema, será possível aprofundar as relações entre as características da estética e seu contexto social e histórico por meio de atividade do eixo de leitura.

O ÍDOLO
                                  
Sobre um trono de mármore sombrio,
Em templo escuro, há muito abandonado,
Em seu grande silêncio, austero e frio
Um ídolo de gesso está sentado.

E como à estranha mão, a paz silente
Quebrando em torno às funerárias urnas,
Ressoa um órgão compassadamente
Pelas amplas abóbadas soturnas.

Cai fora a noite - mar que se retrata
Em outro mar - dois pélagos azuis;
Num as ondas - alcíones de prata,
No outro os astros - alcíones de luz.

E de seu negro mármore no trono
O ídolo de gesso está sentado.
Assim um coração repousa em sono...
Assim meu coração vive fechado.


Alberto de Oliveira



















Glossário:

Alcíones: Estrela de terceira grandeza, a mais brilhante das Plêiades.

Austero: severo.

Pélago: abismo marítimo; pego. 2. mar alto.

Silente: silencioso, calado, que não faz barulho.

Soturno: Assustador; amedrontador; apavorante; terrível.


ATIVIDADE DE LEITURA

Questão 6

            O Parnasianismo é um estilo literário que tem uma preocupação extrema com a forma dos versos, com a métrica e a rima, elementos que precisavam estar rigidamente organizados e impecavelmente belos. A atenção excessiva à beleza é decorrente de uma época em que a sofisticação de inspiração francesa da Belle Époque repercute no meio social da elite brasileira.
Alheio às questões da realidade, o Parnasianismo representou a tradução poética de um período de euforia e de relativa tranquilidade social, durante o qual a forma se sobrepôs às ideias, valendo ao estilo a acusação de “afetação pelo preciosismo da linguagem e da forma, buriladas como preciosa ourivesaria e superficialidade pela recusa das questões político-sociais de seu tempo” (BARROS, p. 22).

A partir disso, releia a 1ª estrofe do poema de Alberto de Oliveira, retire um verso que comprove a afirmação de Barros e explique o porquê.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

QUESTÃO 7
            Paráfrase “é a reafirmação, em palavras diferentes, do mesmo sentido de uma obra escrita. Uma paráfrase pode ser uma afirmação geral da ideia de uma obra como esclarecimento de uma passagem difícil. Em geral, ela se aproxima do original em extensão” (SANT’ANNA, p. 17). Uma paráfrase da explicação de Sant’Anna seria algo do tipo: parafrasear é dizer a mesma coisa com outras palavras.

            Uma paráfrase pode ser a explicação da parte mais difícil de algum texto. Normalmente, os textos das paráfrases têm um tamanho parecido com os textos originais. Algumas paráfrases não trazem exatamente o mesmo sentido do texto original, mas mantém a mesma estrutura sintática e semântica. Isso pode ser percebido nas paráfrases de frases célebres, como esta, de Vinícius de Moraes:

Frase original
“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”.
Paráfrase
Os calvos que me perdoem, mas cabelo é fundamental.

            Na paráfrase acima, observa-se que a estrutura sintática da frase original foi mantida: uma oração com o verbo no subjuntivo, seguida por outra, adversativa, introduzida pela conjunção “mas”. A estrutura semântica também é a mesma, visto que se apresenta uma característica considerada como negativa e, contrapondo-se a ela através da adversativa, destaca-se como imprescindível a característica contrária.
            Com base nessas informações, elabore a paráfrase de um dos poemas parnasianos estudados.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

QUESTÃO 8

            Originalmente, o soneto (pequeno som), como o próprio nome sugere, era composto para ser cantado. As características estruturais e prosódicas dessa composição poética foram aproveitadas pela banda brasileira Kid Abelha, que musicou o poema parnasiano “Via Láctea” (soneto XIII), de Olavo Bilac. Outro famoso caso de transposição poema/música se deu com o poema As pombas, de Raimundo Correia, musicado por Chiquinha Gonzaga, compositora e maestrina carioca nascida no final do século XIX. O soneto de Bilac e a versão musicada pelo grupo Kid Abelha podem ser observados abaixo.

Via Láctea- Soneto XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso" Eu vou direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de encanto....

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um páleo aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem quando estão contigo?".

E eu vos direi "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".

(Olavo Bilac)
Ouvir Estrelas
Direi ouvir estrelas
Certo perdestes o senso
E eu vos direi, no entanto
Que, para ouvi- lás
Muita vez desperto
E abro as janelas,

Pálido de espanto
Enquanto conversamos
Cintila via láctea
Como um pálido aberto
E ao vir do sol,
Saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto
Que conversas com elas
O que te dizem
Quando estão contigo
Ah... Amai para entendê-las
Ah... Pois só que ama pode ouvir estrelas
(Kid Abelha)


Glossário

Cintila: Resplandece                                        Tresloucado: louco, desvairado.
Páleo: termo que indica antigo, velho.

           
            Agora é a sua vez!
           
            Escolha um dos sonetos que compõem este Roteiro de Atividades para, em seguida, musicá-lo.


8 comentários:

  1. adorei o roteiro de atividades, você poderia me passar as respostas dessas atividades?

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  2. Professora, poderia me mandar as respostas dos roteiros de atividades do Parnasianismo e Simbolismo ???
    Grata Yannes, professora de português, (computador do meu filho).

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  3. Poderia enviar o gabarito das atividades?

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  4. Perfeito! Poderia enviar o gabarito? celmaprof@hotmail.com

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  5. pode enviar o gabarito,obrigada por compartilhar.Muito elaborado e inteligente

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