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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Produção textual - Métodos de raciocínio



      Quando se constrói um texto argumentativo, é muito importante prestar atenção ao encadeamento das ideias. Afinal, para provarmos nosso ponto de vista, é preciso que os argumentos que o sustentam estejam apresentados em uma sequência lógica, conduzindo o leitor gradualmente à conclusão que ratifica nossa tese.
        Para atingirmos tal fim, devemos concatenar nossos argumentos de acordo com métodos de raciocínio, entre os quais se destacam a dedução e a indução. Esses procedimentos são oriundos da filosofia e da matemática, mas ganharam destaque nos estudos sobre argumentação, pois, de uma forma ou de outra, estão sempre presentes quando se selecionam e organizam as premissas que provam determinada tese.

1. A dedução

      Chamamos de dedutivo o raciocínio que parte de uma afirmação geral para casos particulares. Quando uma pessoa aprende uma regra geral e a aplica a cada nova situação, está raciocinando de forma dedutiva. O professor convida seus alunos a raciocinarem dedutivamente quando lhes ensina que as plantas fazem fotossíntese, e depois pergunta: “as samambaias fazem fotossíntese?”
          Nesse caso, os alunos têm de operar logicamente neste sentido:
          1.    Todas as plantas fazem fotossíntese. (Regra geral)
          2.    As samambaias são plantas. (Caso específico)
          3.    Logo, as samambaias fazem fotossíntese. (Conclusão)
          Esse processo de raciocínio dedutivo, estruturado com uma premissa geral, uma particular e uma conclusão, é chamado de silogismo.
Vamos ver agora como a dedução pode ser usada para estruturar a argumentação em um texto. Para tanto, leia primeiro o artigo a seguir:

Texto

Não moro no Leblon

Claudio Schamis
    Não moro no Leblon. Estou esses dias até me sentindo um pouco macambúzio apesar de também não morar em Búzios. E antes que alguém ou algum morador de lá do Leblon me jogue uma pedra ou me critique, a pedra está a uns dez metros do prédio onde mora o governador Sérgio Cabral. É só uma dica — porque no escuro você não acha muita coisa, não é verdade? Afinal, como esse povo de lá e o governador vêm sofrendo com os apagões, é meu dever enquanto cidadão ajudar e me solidarizar. Daqui a pouco, uns por aí vão falar que é coisa da oposição. Coisa e tal.
     E deve ser mesmo essa coisa e tal que fez com que o presidente (peguei você!) da Light, José Luiz Alqueres, soltasse uma pérola. Deve ser coisa de presidente ou estar no contrato de trabalho. Segundo José, os moradores do Leblon são mais exigentes que os da Baixada Fluminense. Você entendeu isso? Pois é. Nem eu. É que segundo este indivíduo os moradores do Leblon moram em um lugar mais abafado e, se não têm luz, não podem ligar o ar-condicionado e, como têm mais acesso à reclamação, reclamam mais. Ah coitados!!
      Um dia, se Deus quiser, ainda vou morar no Leblon para poder junto com eles reclamar da falta do ar-condicionado e ficar só imaginando o que aconteceu no capítulo daquele dia de apagão na novela de Manoel Carlos, o seu Maneco (...).
       Por outro lado — on the other hand —, os moradores do Leblon não teriam como, por causa dos constantes apagões, ouvir o que as imagens de políticos recebendo propina disseram. Sorte deles.
(...)
     Este texto, de caráter notadamente irônico, investe contra a infeliz fala de José Luiz Alqueres, segundo o qual “os moradores do Leblon são mais exigentes que os da Baixada Fluminense”. Como o autor do artigo discorda de tal afirmação, desautoriza-a ironicamente em frases como “os moradores do Leblon moram em um lugar mais abafado e, se não têm luz, não podem ligar o ar-condicionado e, como têm mais acesso à reclamação, reclamam mais. Ah coitados!!”
      Ainda imbuído desse objetivo satírico, Claudio Schamis faz um paralelo entre sua vida pessoal e a que pretensamente levam os moradores do bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro: “Um dia, se Deus quiser, ainda vou morar no Leblon para poder junto com eles reclamar da falta do ar-condicionado”. Com isso, transpõe para uma situação particular hipotética – sua imaginária vida no Leblon – características que foram generalizadas na fala descuidada do presidente da Light: a reclamação da falta de luz no Leblon, mais procedente do que em outros lugares, por causa da impossibilidade de ligar o ar-condicionado no momento do apagão.
     Para ressaltar o absurdo da discriminação entre a Baixada Fluminense e o Leblon, o autor lança mão de um silogismo implícito:
1.    Quando falta luz, todos no Leblon reclamam porque não podem ligar os aparelhos de ar-condicionado e o bairro é mais abafado do que a Baixada Fluminense, segundo a visão de José Luiz Alqueres.
2.    Um dia, se Deus quiser, serei morador do Leblon.
3.    Logo, poderei reclamar da impossibilidade de ligar o aparelho de ar-condicionado, já que meu bairro é mais abafado do que a Baixada Fluminense. Evoluindo do geral para o particular, o autor constrói sua ironia com base dedutiva, o que fortalece sua argumentação e reforça seu ponto de vista: a improcedência da discriminação entre a Baixada Fluminense e o Leblon.

2. A indução

      A organização dos argumentos em um texto também pode ser norteada pela indução. Segundo esse método de raciocínio, partimos de incidentes particulares para formarmos uma regra generalizante acerca do que eles têm em comum.
        A indução tem um papel de destaque no meio científico, pois a maior parte das conclusões generalistas nasce da repetição de experimentos. Assim, a partir do específico (o experimento), formula-se o conhecimento inespecífico (o princípio geral).
        Da mesma forma, um professor pode estimular em seus alunos o raciocínio indutivo, se lhes oferece diferentes evidências a partir das quais os discentes devem formular suas próprias regras. Veja:
1.    A conjunção porém é invariável; (informação particular dada pelo professor)
2.    A conjunção e é invariável; (informação particular dada pelo professor)
3.    A conjunção embora é invariável; (informação particular dada pelo professor)
4.    A conjunção porque é invariável; (informação particular dada pelo professor)
x) Logo, todas as conjunções são invariáveis. (conclusão geral formulada pelo aluno)
       No entanto, é preciso perceber que nem sempre a lógica indutiva nos conduz a conclusões verdadeiras, isto é, que se confirmem no mundo real. Por exemplo, muitos preconceitos surgem a partir de raciocínios que generalizam casos particulares isolados, como a máxima repetida pelo senso comum: “Todo político é corrupto”. Embora o povo tenha visto vários casos particulares de corrupção e crimes praticados por governantes do nosso país, uma afirmação generalista acerca do comportamento e da moral de todos os políticos é preconceituosa e constitui um argumento facilmente refutável em um debate.
      No que diz respeito à argumentação bem fundamentada, porém, o método indutivo pode ajudar a sustentar solidamente a tese de um texto. Para que isso fique mais claro, leia o texto a seguir:

Texto

'Science' aponta cansaço da opinião pública nos EUA com debate climático. Tema ambiental não vence 'concorrência por atenção', diz especialista.

Do G1, em São Paulo
      Sinais de aquecimento são preocupantes, mas não evitam um certo cansaço da opinião pública americana com o debate sobre mudança climática.
       A avalanche de alertas sobre os riscos do aquecimento global pode virar um belo tiro pela culatra. Artigo na edição de 13 de novembro da revista 'Science' recupera recentes indicadores de mudanças climáticas, confrontando-os com sinais de cansaço da opinião pública com os repetidos avisos de que a temperatura pode sair do controle, com consequências incontroláveis. 
        Citando uma pesquisa do Pew Research Center for the People and the Press, o texto lembra que a proporção de americanos para quem "há sólida evidência de que a temperatura média da Terra está aumentando no decorrer das últimas décadas" caiu de 71% para 57%. A proporção de quem vê nesse processo um problema muito grave ou "em certa medida grave" também caiu, neste caso de 73% para 65%.
    Outra pesquisa, do Instituto Gallup, indicou que a porcentagem de americanos que consideram exagerada a gravidade do aquecimento global cresceu para 41%, um recorde em 12 anos de realização desse levantamento.
     "Aparentemente, advertências ansiosas de crises climáticas iminentes não estão mais alcançando o público", afirma o artigo. Matthew Nisbet, especialista em comunicação política da American University, em Washington, avalia que "é muito difícil que qualquer evento climático vença outras questões e informações concorrentes". Entre americanos, os temas dominantes não são nada menos que duas guerras (no Iraque e no Afeganistão), uma economia ainda cambaleante e a reforma do sistema de saúde.
        Para Nisbet, os cientistas precisam de um novo foco para sua mensagem, tratando mais de efeitos localizados e questões mais imediatas, como os impactos da crise climática sobre a saúde dos indivíduos.
       Observe que o texto acima apresenta uma tese polêmica, veiculada na revista Science: segundo o autor do periódico científico, o excesso de alertas sobre as mudanças climáticas desgasta o público e diminui o impacto de campanhas de conscientização sobre o aquecimento global. No entanto, para chegar a uma conclusão de tal natureza, que encerra uma generalização implícita (“advertências ansiosas de crises climáticas não estão mais alcançando o público”), o autor teve de partir de sólidos argumentos.
      Nesse caso, o pesquisador da revista Science baseou-se em dados estatísticos sobre estudos feitos com um grupo de americanos, em que grande parte dos entrevistados revelou uma diminuição da preocupação com o aquecimento global e um cansaço diante da propaganda ecológica. A partir dessas informações, obtidas em experiências particulares com cada um dos entrevistados, o autor do artigo pôde formular sua conclusão generalista: o público está se tornando resistente à propaganda tradicional sobre o aquecimento global.
      Com base nisso, no último parágrafo foi apresentada inclusive uma proposta – também generalista – de solução para esse problema: “os cientistas precisam de um novo foco para sua mensagem, tratando mais de efeitos localizados e questões mais imediatas, como os impactos da crise climática sobre a saúde dos indivíduos”.
        Partindo do particular para o geral, o autor raciocinou indutivamente para formular sua tese, como esquematizamos a seguir:
1.    O excesso de alarmes é considerado exagerado por esta pessoa;
2.    O excesso de alarmes é considerado exagerado por esta outra pessoa;
3.    O excesso de alarmes é considerado exagerado por mais esta outra pessoa;
4.    Logo, o excesso de alarmes é considerado exagerado por todas as pessoas.
       Por fim, vale ainda ressaltar que a escolha de um ou outro método de raciocínio não pode ser gratuita, mas sim baseada nos argumentos disponíveis e no que o autor imagina acerca das opiniões e do conhecimento prévios do interlocutor sobre o tema em debate.
     Nesse sentido, cabe ressaltar que,  sobre coerência textual, geralmente um autor parte de informações que considera já conhecidas do leitor (tema), para depois apresentar o que julga ser novo (rema) para o outro. E isso também vale para os argumentos e opiniões! Logo, parta de um ponto de vista comum às pessoas envolvidas no debate para, ao longo de sua argumentação, chegar à sua conclusão, convencendo o outro a pensar como você.
   Assim, caso ache que há alguns exemplos particulares aceitos pelo leitor de antemão, empregue o  método indutivo, que o guiará desses exemplos para uma conclusão mais generalista. No entanto, se julgar que seu leitor compartilha com você determinado ponto de vista generalizador, parta dele para chegar a uma conclusão mais específica, segundo a lógica dedutiva. 
Fonte:   RTA1CEDERJ

Barroco



Barroco






O termo Barroco é usado para designar o estilo que, partindo das artes plásticas, teve seu apogeu literário no século XVII, prolongando-se até meados do século XVIII.
O Renascimento substituiu a visão de mundo medieval teocêntrica pela perspectiva antropocêntrica, nos moldes preconizados pela cultura clássica greco-romana. A Reforma protestante ocorreu nesse contexto e abalou os alicerces da Igreja Católica.
Com o objetivo de eliminar os abusos que haviam afastado tantos fiéis e permitido o êxito dos reformistas em alguns países, a Igreja organizou a Contrarreforma.
No meio desse conflito surgiu o Barroco, que buscava o equilíbrio entre o antropocentrismo e o teocentrismo.
As principais características da literatura barroca são o culto pelo contraste, a consciência da transitoriedade da vida, o gosto pela grandiosidade, frases interrogativas, o cultismo e o conceptismo.
No Brasil, nossos maiores representantes foram Gregório de Mattos, Bento Teixeira e Antônio Vieira.
Tradicionalmente, atribuiu-se ao poema épico Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, o início do Barroco na América portuguesa, que vivia o ciclo da cana-de-açúcar.
Os poetas barrocos brasileiros cultuaram o estilo gongórico e buscavam as “academias”, ponto de encontro obrigatório dos artistas, de onde irradiavam as tendências barrocas e manifestavam-se os primeiros sinais de cultura em nosso país.
Gregório de Mattos foi o poeta que mais se destacou no Barroco brasileiro. Refletindo o dualismo barroco,ora demonstrava a aversão que sentia pelo clero, ora revelava uma profunda  devoção às coisas sagradas, ora escrevia versos pornográficos e sensuais. Por isso, recebeu o apelido de “Boca do Inferno”.
      



Criado em 06/07/2011
Profª Elaine de Abreu de Lourenzo

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Vídeos sobre as culturas africanas e indígenas - 3ª série do Ensino Médio

Marechal Rondon em defesa dos indígenas:

http://www.youtube.com/watch?v=V-hUTF_-83M&feature=player_embedded

Acervo da cultura indígena - Museu do índio:
http://www.youtube.com/watch?v=5ZTE7GIv5g0&feature=player_embedded

Cultura africana - Ritmo angolano Kuduro:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=4CkXhtw7UNk

Diálogos contra o racismo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=rcrcVXw5WBY

Dos grilhões ao Quilombo:
http://www.youtube.com/watch?v=uXdLY6tMLUE&feature=player_embedded

Vídeos sobre Parnasianismo - 2ª série do Ensino Médio

Aula sobre Parnasianismo:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=vE2-fElqTYk

Contexto histórico Belle Époque:
http://www.youtube.com/watch?v=ufyoDR7ls7Y&feature=player_embedded

Art Noveau:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Oulg_W72E9k

Poema Via Láctea de Olavo Bilac musicado pelo grupo kid Abelha - Ouvir estrelas:
http://www.youtube.com/watch?v=LJDY91sWTFs&feature=player_embedded

Quadro-Resumo da Literatura Brasileira - Todas as séries do Ensino Médio



Quadro-Resumo da Literatura Brasileira

A palavra Literatura vem do latim litterae que significa letras, e possivelmente uma tradução do grego grammatikee.

    
A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. (COUTINHO, Afrânio. Notas de teoria literária. 2ª ed. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978. p. 9-10)

LITERATURA BRASILEIRA - Quadro Cronológico

ESTILO LITERÁRIO / DESTAQUES
CARACTERÍSTICAS GERAIS

ERA COLONIAL
QUINHENTISMO

Início: A Carta de Caminha

Contexto histórico:
Literatura documental, histórica, de caráter informativo.
A Carta de Caminha é o primeiro documento literário brasileiro. Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. Foi parodiada de forma satírica por Oswald de Andrade, poeta modernista.
O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e escritores do Romantismo e do Modernismo.
No Romantismo: Gonçalves Dias, José de Alencar.
No Modernismo: Oswald de Andrade.

Destacaram-se:
- Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha
- Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, um teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu influência da tradição medieval. Obs.: Não recebeu influência da poesia lírica de Camões (soneto).
- Pe. Manuel da Nóbrega
BARROCO

Início: Prosopopeia - poema épico de Bento Teixeira

Contexto histórico:
Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e incerteza da vida.
Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de metáforas e associações.
Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras.
Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e essência íntima.

Destacaram-se:
- Gregório de Matos - apelidado de "A Boca do Inferno". Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi poeta épico.
- Bento Teixeira
- Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Literatura Brasileira e da Literatura Portuguesa, pois durante sua estada em Portugal aderiu a temas nacionais portugueses e durante a sua permanência no Brasil, aderiu a temas nacionais brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptista, pois atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o Sermão da Sexagésima.
ARCADISMO

Início: Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.

Contexto histórico:
Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza (locus amoenus).
Fugere urbem ("evitar a cidade", "fugir da civilização"). busca do equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza.
Carpe diem ("aproveite o dia"). Consciência da fugacidade do tempo.
Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de figuras de linguagem.
Natureza racional (é vista como um cenário, como uma fotografia, como um pano de fundo.
Pseudônimos.
Fingimento / Artificialismo

Destacaram-se:
- Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arcadismo brasileiro com suas liras Marília de Dirceu. Pseudônimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo (Cartas Chilenas).
Autores épicos do Arcadismo brasileiro:
- Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico. Seu pseudônimo é Glaudeste Satúrnio. Seus sonetos são de imitação Camoniana. Obra: Vila Rica.
- Basílio da Gama - Obra: O Uraguai.
- Santa Rita Durão - Obra: Caramuru. Obs.: O índio antes de José de Alencar aparece nos poemas épicos O Uraguai e Caramuru. Portanto, o Arcadismo preparou o Romantismo.
ERA NACIONAL
ROMANTISMO

Início: publicação de Suspiros Poéticos, de Gonçalves de Magalhães

Contexto histórico:
Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); evasão ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, religiosidade, ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Liberdade de criação e despreocupação com a forma; predomínio da metáfora.

1ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou nacionalista. A temática era o índio, a pátria.
Destacou-se:
- Gonçalves Dias - Obras: Canção do Exílio e I Juca Pirama.

2ª geração romântica: 1850/60 - byroniana, mal do século, individualista ou ultrarromântica. A temática era a morte.
Destacou-se:
Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha obsessão pela morte. Recebeu influência de Byron e Shakespeare. Oscila entre a realidade e a fantasia. Obra: Livro de contos Noite na taverna.

3ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social ou hugoana. A temática é a abolição e a república.
Destacou-se:
- Castro Alves - poeta representante da burguesia liberal. Obras: Espumas Flutuantes, O Navio Negreiro, Vozes d'África.

Prosa:
- José de Alencar (representante maior) - defensor do "falar brasileiro" / dá forma ao herói / amalgamando a sua vida à natureza.
- Joaquim Manuel de Macedo - Obra: A Moreninha.
- Bernardo Guimarães - Obra: A escrava Isaura.
- Manuel Antônio de Almeida - Obra: Memórias de um sargento de milícias.

Modalidades do Romantismo: Romance de folhetim - Teixeira e Sousa, O filho do pescador.
Romance urbano - Joaquim Manuel de Macedo, A Moreninha.
Romance regionalista: Bernardo Guimarães, O ermitão de Muquém.
Romance indianista e histórico - José de Alencar, O Guarani.

Obs.: O Romantismo está para o Modernismo.
REALISMO / NATURALISMO

REALISMO

Início: Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, publicado em 1881.

NATURALISMO

Início: O Mulato, de Aluísio Azevedo

Contexto histórico:
REALISMO
Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao clero.
Análise psicológica dos personagens.
Objetividade, temas contemporâneos.
Destacou-se:
Machado de Assis - trilogia: Memórias Póstumas de Brás Cubas (narrado em 1ª pessoa); Quincas Borba ("ao vencedor as batatas"); Dom Casmurro (narrado em 1ª pessoa - enigma de traição)

NATURALISMO
Desdobramento do Realismo.
Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas pela sociedade.
O Naturalismo é fruto da experiência.
Análise biológica e patológica das personagens.
Determinismo acentuado.
As personagens são compradas aos animais (zoomorfismo).

Destacaram-se:
- Aluísio Azevedo - Obras: O Mulato; O Cortiço (romance social, personagem principal do romance é o próprio cortiço).
- Raul Pompeia - Obra: O Ateneu.
PARNASIANISMO

Início: Fanfarras, de Teófilo Dias

Contexto histórico:
  • Contemporâneo do Realismo - Naturalismo
Estilo especificamente poético, desenvolveu-se junto com o Realismo - Naturalismo.
A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer poético.
Arte pela arte.
Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; objetividade.
Os poetas parnasianos são considerados "os mestres do passado". Por suas manias de precisão foram criticados severamente pelos poetas do 1º Tempo Modernista.

Destacou-se:
Olavo Bilac (poeta representante) - Profissão de Fé.
SIMBOLISMO

Início: Missal e Broquéis, de Cruz e Souza

Contexto histórico:
Origem: a poesia de Baudelaire.
Características: desmistificação da poesia, sinestesia, musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor e revolta.

Destacou-se:
Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: Missal e Broquéis.
PRÉ-MODERNISMO

Início: Os Sertões, Euclides da Cunha; Canaã, Graça Aranha

Contexto histórico:
Convivem juntas duas tendências:

1. Conservadora: sobrevivência da mentalidade positivista, agnóstica e liberal.

Destacou-se:
Euclides da Cunha - Obra: Os Sertões (miséria e subdesenvolvimento nordestino).

2. Renovadora: incorporação de aspectos da realidade brasileira.

Destacaram-se:
- Lima Barreto, Triste Fim de Policarpo Quaresma (a vida urbana e as transformações de início de século).
- Monteiro Lobato - livro de contos Urupês (a miséria do caboclo, a decadência da cultura cafeeira). Obs.: Foi Monteiro Lobato quem criticou a exposição da pintora Anita Malfatti, chamando-a de "Paranóia ou Mistificação".
- Graça Aranha, Canaã (imigração além do Espírito Santo).

Poeta representante: Augusto dos Anjos - Obra: Eu e outras poesias.
MODERNISMO
PRIMEIRA FASE


Início: Semana de Arte Moderna

Contexto histórico:
Poesia nacionalista.
Espírito irreverente, polêmico e destruidor, movimento contra.
Anarquismo, luta contra o tradicionalismo; paródia, humor.
Liberdade de estética. Verso livre sem uso da métrica. Linguagem coloquial.

Destacaram-se:
- Mário de Andrade - Obra: Pauliceia desvairada (Prefácio Interessantíssimo)
- Oswald de Andrade - Obra: Manifesto antropofágico / Pau-Brasil
- Manuel Bandeira - Obra: Libertinagem
MODERNISMO
SEGUNDA FASE


Contexto histórico:
Destaca-se a prosa regionalista nordestina (prosa neo-realista e neo-naturalista).

Representantes:
- Graciliano Ramos - representante maior, criador do romance psicológico nordestino - Obras: Vidas Secas; São Bernardo.
- Jorge Amado - Obras: Mar Morto; Capitães da Areia.
- José Lins do Rego - Obras: Menino de Engenho; Fogo Morto.
- Rachel de Queiroz - Obra: O Quinze.
- José Américo de Almeida - Obra: A Bagaceira

Poesia 30/45 - ruma para o universal.
Carlos Drummond de Andrade faz poesia de tensão ideológica.

Fase de Drummond:
- Eu maior que o mundo - poema, humor, piada.
- Eu menor que o mundo - poesia de ação.
- Eu igual ao mundo - poesia metafísica.

Poetas espiritualistas:
- Cecília Meireles - herdeira do Simbolismo.
- Jorge de Lima - Invenção de Orpheu.
- Vinícius de Moraes - Soneto da Fidelidade.
MODERNISMO
TERCEIRA FASE


Contexto histórico:
Continua predominando a prosa.

Representantes:
- Guimarães Rosa - Neologismo - Obra: Sagarana.
- Clarice Lispector - Introspectiva - Obra: Laços de Família, onde a autora procura retratar o cotidiano monótono e sufocante da família burguesa brasileira.
Obs.: Os escritores acima procuram universalizar o romance nacional. São considerados pela crítica literária, escritores instrumentalistas.

Poesia concreta:
- João Cabral de Melo Neto - poeta de poucas palavras. Obra de maior relevância literária: Morte e Vida Severina. Tem intertextualidade com o teatro Vicentino.