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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Simbolismo e o mito das cavernas

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Simbolismo - Roteiro de atividades




FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

ROTEIRO DE ATIVIDADES – VERSÃO DO ALUNO

2º ciclo do 3º bimestre da 2ª série

Eixo bimestral: POESIA NO SIMBOLISMO / CANÇÃO








Gerência de Produção
Luiz Barboza


Coordenação Acadêmica
Gerson Rodrigues



Coordenação de Equipe
Leandro Nascimento


Conteudistas
Simone Lopes
Vanessa Britto


Edição On-Line Revista e Atualizada

Rio de Janeiro

2013



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5VfFavW99uGzYgewQcPM7QiCUkrSKRn2AzkSkUTy6sRnraxhA9LZcNDiiltRkSu6UVRdCQ01O5YJzZijNctqiRJaiRtMNZ3g9Ky6S6qOCilQYpdOFOZgNE7UH8drwOoDmRYpMBgLhwfg/s1600/cederj_logo2.jpg


TEXTO GERADOR 1

            O primeiro texto gerador deste ciclo, o poema Cárcere das Almas, é de autoria de Cruz e Souza. Negro e filho de escravos, o poeta enfrentou o preconceito e se tornou um dos maiores nomes do Simbolismo no Brasil. Cruz e Sousa tem como temas constantes em sua obra a sublimação, o espiritualismo, o misticismo, a religiosidade, a pregação do amor e da grandeza moral. Cárcere das almas é um soneto bastante ilustrativo da estética simbolista e focaliza a espiritualidade, a sublimação.

CÁRCERE DAS ALMAS

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e funéreas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?!

Cruz e Sousa





Atroz: desumana, aflitiva.

Calabouço: prisão subterrânea;
cárcere; cadeia.

Cárcere: calabouço.

Colossais: com proporções de colosso
(agigantado, excepcional, grande
poderio ou soberania), extraordinárias.

Etéreo: celestial; sublime.

Funéreas: fúnebres (relativo à morte)

Grilhões: cadeias; laços, prisões.


ATIVIDADE DE LEITURA

QUESTÃO 1:

            O Simbolismo é um movimento literário que reflete um momento histórico bastante complexo: marca a transição para o século XX. Os males advindos da Revolução Industrial (a superpopulação nas grandes cidades, a briga por mercados consumidores, guerras entre as grandes potências etc.) aliados à incerteza quanto à eficiência dos métodos científicos na busca da compreensão do real, promovem uma crise: o homem é levado ao sentimento da descrença, da desesperança, do desalento. O período é tomado por um pessimismo que se reflete no abandono das correntes materialistas e no refúgio na realidade subjetiva, no inconsciente e no espiritualismo.

            O poema “Cárcere das almas” traz uma temática que exemplifica, de forma clara, a tendência pessimista que marcou o fim do século XIX. No poema, nota-se uma preocupação do eu-lírico acerca da existência humana. Tendo em vista essa observação, responda:

a)      De acordo com a 1ª estrofe do poema, a que limitação o ser humano estaria submetido?

b)      Destaque pelo menos um par de versos da 3ª estrofe em que se reafirma o estado doloroso e angustiante em que se encontram as almas.

ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 2:

            A primeira e a terceira estrofes do poema são iniciadas por uma interjeição (Ah!/Ó), ou seja, por uma palavra invariável que é utilizada para exprimir diferentes emoções, apelo ou estado de espírito. Sobre o valor expressivo dessas interjeições, pode-se afirmar que:
a) A interjeição “Ah!” exprime uma invocação, e a interjeição “Ó” exprime a alegria do eu - lírico.
b) A interjeição “Ah!” exprime a alegria do eu-lírico, e a interjeição “Ó” exprime espanto/admiração.
c) A interjeição “Ah!” exprime espanto/admiração, e a interjeição “Ó” exprime uma invocação.
d) A interjeição “Ah!” exprime a alegria do eu-lírico, e a interjeição “Ó” exprime uma invocação.

TEXTO GERADOR 2

            O poema Violões que choram, do poeta Cruz e Sousa, é uma referência no estudo do Simbolismo, principalmente quando a intenção é focalizar a musicalidade, uma das principais características dessa estética. O poema foi escolhido como Texto Gerador não só pela presença recorrente de recursos sonoros comuns nos poemas simbolistas (assonância, aliterações, rimas), como também pela riqueza de imagens sugestivas.

VIOLÕES QUE CHORAM

Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento.

Noites de além, remotas, que eu recordo,
noites de solidão, noites remotas
que nos azuis das Fantasias bordo,
vou constelando de visões ignotas.

Sutis palpitações à luz da lua
anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.

Quando os sons dos violões vão soluçando,
quando os sons dos violões nas cordas gemem,
e vão dilacerando e deliciando,
rasgando as almas que nas sombras tremem.

Harmonias que pungem, que laceram,
dedos nervosos e ágeis que percorrem
cordas e um mundo de dolências geram,
gemidos, prantos, que no espaço morrem...

E sons soturnos, suspiradas mágoas,
mágoas amargas e melancolias,
no sussurro monótono das águas,
noturnamente, entre ramagens frias.

Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

Cruz e Souza




Constelando: “elevando aos céus” (imaginando).

Dilacerando: afligindo muito.

Dolências: Aflições, lágrimas, em estado doloroso, plangentes.

Ignotas: desconhecidas, ignoradas.

Laceram: se afligem muito.

Monótono: em um só tom.

Murmurejantes: rumorejantes (sussurrar), murmurar.

Palpitações: movimentos desordenados e agitados; consciência de batimento cardíaco.

Plagentes: lamentosos, gemedores.

Pungem: afligem, ferem.

Ramagens: conjunto de ramos de uma planta.

Remotas: distantes.

Soturnos: tristes

Sutis: delicadas.

Veladas: em estado de alerta, secretas, tratadas com zelo; fonemas que se articulam junto ao véu palatino.

Volúpias: grande prazer dos sentidos.          
Vórtices: redemoinhos, remoinhos

Vulcanizadas: resistentes.






ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 3:

            A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética simbolista. Na construção da musicalidade, diferentes recursos sonoros são empregados: a aliteração (repetição de sons consonantais), a assonância (repetição de sons vocálicos), a métrica e a rima. Desse modo:
a)      Identifique um verso em que seja marcante a figura sonora aliteração, informe qual o som que marca essa aliteração e o que essa repetição do som pode sugerir.

b)      Analise a 7ª estrofe e identifique quais são os sons vocálicos que se repetem de forma harmônica em cada verso.

c)      Identifique o esquema de rima das quatro primeiras estrofes do poema e diga se são alternadas, intercaladas, emparelhadas ou mistas.

TEXTO GERADOR 3

            A canção “Ode aos ratos” integra o CD Carioca, lançado por Chico Buarque no ano de 2006. A canção foi escolhida por ser de autoria de um dos maiores compositores da Música Popular Brasileira, por ser contemporânea e por conter claros exemplos de recursos ligados à musicalidade, como a aliteração e a assonância.

ODE AOS RATOS

Rato de rua
Irrequieta criatura
Tribo em frenética proliferação
Lúbrico, libidinoso transeunte
Boca de estômago
Atrás do seu quinhão

(...)

Saqueador da metrópole
Tenaz roedor
De toda esperança
Estuporador da ilusão
Ó meu semelhante
Filho de Deus, meu irmão

Rato
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
Em sua rota de rato



Arriba: para cima.

Estuporador: Ser que se torna desprezível, que se zanga, que fica furioso.

Frenética: agitada.

Irrequieta: agitada.

Libidinoso: libertino (que não se prende às convenções sociais, especialmente, em relação ao comportamento sexual).

Lúbrico: lascivo (libidinoso).

Ode: Composição poética de caráter lírico.

Proliferação: reprodução.

Quinhão: cota.

Tenaz: obstinado (teimoso).

Transeunte: Indivíduo que passa.






ATIVIDADE DE LEITURA

QUESTÃO 4:

            A poesia é uma composição literária escrita em versos. Embora não seja concebida com melodia, conforme a canção, é possível notar que muitos poemas apresentam recursos sonoros que conseguem sugerir musicalidade aos versos. A canção, diferentemente da poesia, é constituída por letra e melodia: ela é feita para ser cantada. A letra e a melodia formam um todo que confere harmonia à composição da canção.

            Na canção “Ode aos ratos”, de Chico Buarque, além de haver uma melodia (intrínseca a toda canção), há a presença de recursos sonoros – também facilmente encontrados nos poemas simbolistas – que contribuem para reforçar a musicalidade dos versos. Considerando essas características, destaque dois recursos sonoros empregados pelo compositor nessa canção.

 

ATIVIDADE DE LEITURA

 

QUESTÃO 5:

                   A ambiguidade consiste na duplicidade de sentidos que pode surgir no emprego de um vocábulo, em uma frase ou na totalidade de um texto. Quando não-intencional, a ambiguidade é vista como um problema do texto; entretanto, quando utilizada de modo intencional, ela representa um importante recurso expressivo e se faz presente em diferentes gêneros textuais: tiras cômicas, propagandas, poesias, canções.

 

                   O título da canção, “Ode aos ratos” sugere que a letra poderá ser entendida como uma exaltação (“Ode”) ao ser “rato”. Tendo em vista esse comentário e o fragmento acima, responda:

 

a)      Na primeira estrofe de “Ode aos ratos”, que informações ajudam a descrever o animal rato?

b)       Na segunda estrofe, há um par de versos em que o eu-lírico se identifica com esse ser que descreve. Destaque-o.

c)                       Considerando as características e os comportamentos apontados sobre o “ser” rato, pode-se dizer que a letra apresenta ambiguidade? Justifique sua resposta.


TEXTO GERADOR 4

            Alphonsus de Guimaraens é um grande representante do Simbolismo. Sua poesia é marcada pelo tema da morte e pela musicalidade, obtida mediante os recursos da aliteração e da assonância. No poema a seguir, o leitor pode visualizar um texto com metáforas, substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, transmitindo um conflito existencial, expresso pelo mistério fúnebre, pela dor de existir e pelo ritmo das fases da vida.

A E I O U

Manhã de primavera. Quem não pensa
Em doce amor, e quem não amará?
Começa a vida. A luz do céu é imensa...
A adolescência é toda sonhos. A.

O luar erra nas almas. Continua
O mesmo sonho e oiro, a mesma fé.
Olhos que vemos sob a luz da lua...
A mocidade é toda lírios. E.


Descamba o sol nas púrpuras do ocaso.
As rosas morrem. Como é triste aqui!
O fado incerto, os vendavais do acaso...
Marulha o pranto pelas faces. I.

A noite tomba. O outono chega. As flores
Penderam murchas. Tudo, tudo é pó.
Não mais beijos de amor, não mais amores...
Ó sons de sinos a finados! O.

Abre-se a cova. Lutulenta e lenta,
A morte vem. Consoladora és tu!
Sudários rotos na mansão poeirenta...
Crânios e tíbias de defunto. U.

Alphonsus de Guimaraens



Descamba: Declina.

Fado: destino.

Lutulenta: lamacenta.

Marulha: agita-se (o mar), formando ondas que, nesse texto, se referem ao mar de lágrimas.

Ocaso: desaparecimento do sol do horizonte; ocidente, poente; fim; morte.

Oiro: ouro.
                    
Púrpuras: vocabulário relativo à cor vermelha.

Rotos: que se romperam; rasgados; maltrapilhos.


Sudários: espécie de lençol para envolver cadáveres.



ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 6:

            O poema “AEIOU”, de Alphonsus de Guimaraens, possui uma construção pautada nas vogais, representando o estado de espírito do eu-lírico em cada estrofe. Há uma sequência, que vai desde um ânimo otimista até uma sensação pessimista, realçada por figuras de linguagem, como a metáfora e a metonímia.

A.    No verso “A mocidade é toda lírios”, a construção de imagem foi possibilitada por qual figura de linguagem?


(A) Comparação, pois ocorre uma comparação entre mocidade e lírios.
(B) Metonímia, pois o enunciado sugere a troca de mocidade por lírios.
(C) Metáfora, pois a alegria da mocidade é associada à beleza dos lírios.
(D) Sinestesia, pois há uma mistura de sensações entre mocidade e lírios.

B.     Explique como essa figura de linguagem atua na construção de uma imagem sugestiva no poema.

ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA

QUESTÃO 7:

            Os termos acessórios da oração são termos que, embora chamados de acessórios, podem especificar um substantivo, um verbo, um adjetivo ou um advérbio. Há três categorias: i) adjunto adnominal, usado para delimitar ou especificar o significado de um substantivo; ii) adjunto adverbial, usado para transmitir uma relação de circunstância do fato expresso pelo verbo; iii) e aposto, expressão que pode explicar ou especificar o significado de uma palavra no texto. A partir disso, responda às questões:
a)      Sobre o verso “A luz do céu é imensa...” (primeira estrofe), explique o termo acessório “do céu” e sua função na expressão.
b)                  O verso “Sudários rotos na mansão poeirenta”, que aparece ao final do poema AEIOU, de Alphonsus de Guimarães, ajuda a compor, com seus termos acessórios, o clima de morte, decadência e degradação desta última estrofe. Leia a estrofe completa e explique como esse efeito é obtido a partir dos adjuntos adnominais presentes no verso indicado.

Abre-se a cova. Lutulenta e lenta,
A morte vem. Consoladora és tu!
Sudários rotos na mansão poeirenta...
Crânios e tíbias de defunto. U.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

QUESTÃO 8:

            A paráfrase é um tipo de texto em que o autor reafirma, em palavras diferentes, o mesmo sentido de uma obra. Esse recurso textual pode ser construído a partir da afirmação geral da ideia de determinada obra ou como esclarecimento de uma passagem difícil. Geralmente, a paráfrase se aproxima do tamanho do texto original.

            A partir do poema Cavador de infinito, de Cruz e Souza, produza uma paráfrase, lembrando que é necessário manter a ideia central do poema parafraseado.

Com a lâmpada do Sonho desce aflito
E sobe aos mundos mais imponderáveis,
Vai abafando as queixas implacáveis,
Da alma o profundo e soluçado grito.

Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito
Sente, em redor, nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
O cavador do trágico Infinito.

E quanto mais pelo Infinito cava
mais o Infinito se transforma em lava
E o cavador se perde nas distâncias...

Alto levanta a lâmpada do Sonho.
E como seu vulto pálido e tristonho
Cava os abismos das eternas ânsias!
            Para auxiliá-lo nessa tarefa, siga as seguintes dicas:
1º - Ao fazer a leitura do poema de Cruz e Souza, sublinhe as palavras com significado desconhecido por você;
2º - Consulte o dicionário ou pergunte ao professor os significados dos termos desconhecidos por você no poema. Então, tente substituí-los pelos seus sinônimos e leia novamente o poema;
3º - Após a leitura do poema, reflita por um instante sobre sua temática central e explore essa ideia na produção do seu texto;
4º - Observe as rimas, a quantidade de versos, as estrofes, o tamanho e a organização sintática das frases para tentar aproximar as formas do texto original e do texto parafraseado;
5º - Para que você tenha sucesso nessa atividade, saiba: é interessante que o leitor, ao ler a sua paráfrase, lembre-se do texto original, caso o conheça.

TEXTO GERADOR 5

 


            O próximo Texto Gerador, “Pela internet”, é uma canção do músico Gilberto Gil, grande compositor da MPB e conhecido por explorar criativamente as palavras através de combinações sonoras e sugestivas. A partir deste texto, podem ser trabalhadas habilidades do eixo Leitura e desenvolvida mais uma proposta de Produção Textual.
PELA INTERNET
                                               (Gilberto Gil)

Criar meu web site
Fazer minha home- page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Um barco que veleje
Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão
Eu quero entrar na rede para contatar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar...

Web: Sistema de hipermídia disponível na Internet, com documentos e outros objetos localizados em pontos diversos da rede e vinculados entre si; o conjunto de informações assim disponíveis.

Home- page: palavra inglesa na união entre home (casa) e page (página), significando a página de entrada na Internet.

Gigabyte (s): palavra inglesa na união entre giga e byte, significando a unidade de medida de informação, equivalente a 1024 megabytes.

Infomaré: neologismo que apresenta a união entre informática e maré.

E-mail: correio eletrônico.

Hot- link: termo utilizado para designar um link direto de um arquivo (imagem, vídeo, som ou qualquer outro arquivo) de um site para outro.
Site: conjunto de documentos inter-relacionados, dispostos na Web em um endereço específico de acesso.


ATIVIDADE DE LEITURA

QUESTÃO 9:

            Assim como a poesia simbolista, a canção “Pela Internet” explora recursos sonoros, como aliterações e assonâncias, e constrói imagens sugestivas por meio de figuras de linguagem. A partir da letra de Gilberto Gil, destaque exemplos desses recursos e das imagens construídas.

ATIVIDADE DE PRODUÇÃO TEXTUAL

QUESTÃO 10:

            A poesia do Simbolismo tinha na exploração da sonoridade das palavras um dos seus principais recursos expressivos. Além disso, os poetas simbolistas costumavam criar imagens sugestivas, para o que contribuíam figuras de linguagem com a metáfora, a comparação e a sinestesia. De igual modo, o gênero canção também se utiliza de tais recursos e sugere imagens, como ficou claro pelo exame das letras de “Ode aos ratos” e “Pela internet”, canções presentes neste Roteiro de Atividades.

            A partir do estudo deste ciclo, você poderá desenvolver um texto comparando um poema simbolista e uma canção contemporânea.

            Para ajudá-lo no desenvolvimento do texto, considere as seguintes dicas:
1)         Destaque os recursos sonoros de cada texto, ou seja, observe as aliterações, assonâncias, anáforas etc.;
2)         Em seguida, busque por figuras de linguagem responsáveis pela construção de imagens, como metáforas e sinestesias;
3)         Reflita sobre o efeito de cada recurso e de cada figura de linguagem nos textos;
4)         Relacione, então, suas observações através de um texto comparativo;
5)         Em seu texto, não se esqueça de destacar como recursos semelhantes podem ser explorados com rendimentos tão variados em épocas e gêneros tão distintos.

            Se precisar de ajuda para estruturar seu texto, peça ao seu professor.
            Agora, mãos à obra!

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Produção textual - Métodos de raciocínio



      Quando se constrói um texto argumentativo, é muito importante prestar atenção ao encadeamento das ideias. Afinal, para provarmos nosso ponto de vista, é preciso que os argumentos que o sustentam estejam apresentados em uma sequência lógica, conduzindo o leitor gradualmente à conclusão que ratifica nossa tese.
        Para atingirmos tal fim, devemos concatenar nossos argumentos de acordo com métodos de raciocínio, entre os quais se destacam a dedução e a indução. Esses procedimentos são oriundos da filosofia e da matemática, mas ganharam destaque nos estudos sobre argumentação, pois, de uma forma ou de outra, estão sempre presentes quando se selecionam e organizam as premissas que provam determinada tese.

1. A dedução

      Chamamos de dedutivo o raciocínio que parte de uma afirmação geral para casos particulares. Quando uma pessoa aprende uma regra geral e a aplica a cada nova situação, está raciocinando de forma dedutiva. O professor convida seus alunos a raciocinarem dedutivamente quando lhes ensina que as plantas fazem fotossíntese, e depois pergunta: “as samambaias fazem fotossíntese?”
          Nesse caso, os alunos têm de operar logicamente neste sentido:
          1.    Todas as plantas fazem fotossíntese. (Regra geral)
          2.    As samambaias são plantas. (Caso específico)
          3.    Logo, as samambaias fazem fotossíntese. (Conclusão)
          Esse processo de raciocínio dedutivo, estruturado com uma premissa geral, uma particular e uma conclusão, é chamado de silogismo.
Vamos ver agora como a dedução pode ser usada para estruturar a argumentação em um texto. Para tanto, leia primeiro o artigo a seguir:

Texto

Não moro no Leblon

Claudio Schamis
    Não moro no Leblon. Estou esses dias até me sentindo um pouco macambúzio apesar de também não morar em Búzios. E antes que alguém ou algum morador de lá do Leblon me jogue uma pedra ou me critique, a pedra está a uns dez metros do prédio onde mora o governador Sérgio Cabral. É só uma dica — porque no escuro você não acha muita coisa, não é verdade? Afinal, como esse povo de lá e o governador vêm sofrendo com os apagões, é meu dever enquanto cidadão ajudar e me solidarizar. Daqui a pouco, uns por aí vão falar que é coisa da oposição. Coisa e tal.
     E deve ser mesmo essa coisa e tal que fez com que o presidente (peguei você!) da Light, José Luiz Alqueres, soltasse uma pérola. Deve ser coisa de presidente ou estar no contrato de trabalho. Segundo José, os moradores do Leblon são mais exigentes que os da Baixada Fluminense. Você entendeu isso? Pois é. Nem eu. É que segundo este indivíduo os moradores do Leblon moram em um lugar mais abafado e, se não têm luz, não podem ligar o ar-condicionado e, como têm mais acesso à reclamação, reclamam mais. Ah coitados!!
      Um dia, se Deus quiser, ainda vou morar no Leblon para poder junto com eles reclamar da falta do ar-condicionado e ficar só imaginando o que aconteceu no capítulo daquele dia de apagão na novela de Manoel Carlos, o seu Maneco (...).
       Por outro lado — on the other hand —, os moradores do Leblon não teriam como, por causa dos constantes apagões, ouvir o que as imagens de políticos recebendo propina disseram. Sorte deles.
(...)
     Este texto, de caráter notadamente irônico, investe contra a infeliz fala de José Luiz Alqueres, segundo o qual “os moradores do Leblon são mais exigentes que os da Baixada Fluminense”. Como o autor do artigo discorda de tal afirmação, desautoriza-a ironicamente em frases como “os moradores do Leblon moram em um lugar mais abafado e, se não têm luz, não podem ligar o ar-condicionado e, como têm mais acesso à reclamação, reclamam mais. Ah coitados!!”
      Ainda imbuído desse objetivo satírico, Claudio Schamis faz um paralelo entre sua vida pessoal e a que pretensamente levam os moradores do bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro: “Um dia, se Deus quiser, ainda vou morar no Leblon para poder junto com eles reclamar da falta do ar-condicionado”. Com isso, transpõe para uma situação particular hipotética – sua imaginária vida no Leblon – características que foram generalizadas na fala descuidada do presidente da Light: a reclamação da falta de luz no Leblon, mais procedente do que em outros lugares, por causa da impossibilidade de ligar o ar-condicionado no momento do apagão.
     Para ressaltar o absurdo da discriminação entre a Baixada Fluminense e o Leblon, o autor lança mão de um silogismo implícito:
1.    Quando falta luz, todos no Leblon reclamam porque não podem ligar os aparelhos de ar-condicionado e o bairro é mais abafado do que a Baixada Fluminense, segundo a visão de José Luiz Alqueres.
2.    Um dia, se Deus quiser, serei morador do Leblon.
3.    Logo, poderei reclamar da impossibilidade de ligar o aparelho de ar-condicionado, já que meu bairro é mais abafado do que a Baixada Fluminense. Evoluindo do geral para o particular, o autor constrói sua ironia com base dedutiva, o que fortalece sua argumentação e reforça seu ponto de vista: a improcedência da discriminação entre a Baixada Fluminense e o Leblon.

2. A indução

      A organização dos argumentos em um texto também pode ser norteada pela indução. Segundo esse método de raciocínio, partimos de incidentes particulares para formarmos uma regra generalizante acerca do que eles têm em comum.
        A indução tem um papel de destaque no meio científico, pois a maior parte das conclusões generalistas nasce da repetição de experimentos. Assim, a partir do específico (o experimento), formula-se o conhecimento inespecífico (o princípio geral).
        Da mesma forma, um professor pode estimular em seus alunos o raciocínio indutivo, se lhes oferece diferentes evidências a partir das quais os discentes devem formular suas próprias regras. Veja:
1.    A conjunção porém é invariável; (informação particular dada pelo professor)
2.    A conjunção e é invariável; (informação particular dada pelo professor)
3.    A conjunção embora é invariável; (informação particular dada pelo professor)
4.    A conjunção porque é invariável; (informação particular dada pelo professor)
x) Logo, todas as conjunções são invariáveis. (conclusão geral formulada pelo aluno)
       No entanto, é preciso perceber que nem sempre a lógica indutiva nos conduz a conclusões verdadeiras, isto é, que se confirmem no mundo real. Por exemplo, muitos preconceitos surgem a partir de raciocínios que generalizam casos particulares isolados, como a máxima repetida pelo senso comum: “Todo político é corrupto”. Embora o povo tenha visto vários casos particulares de corrupção e crimes praticados por governantes do nosso país, uma afirmação generalista acerca do comportamento e da moral de todos os políticos é preconceituosa e constitui um argumento facilmente refutável em um debate.
      No que diz respeito à argumentação bem fundamentada, porém, o método indutivo pode ajudar a sustentar solidamente a tese de um texto. Para que isso fique mais claro, leia o texto a seguir:

Texto

'Science' aponta cansaço da opinião pública nos EUA com debate climático. Tema ambiental não vence 'concorrência por atenção', diz especialista.

Do G1, em São Paulo
      Sinais de aquecimento são preocupantes, mas não evitam um certo cansaço da opinião pública americana com o debate sobre mudança climática.
       A avalanche de alertas sobre os riscos do aquecimento global pode virar um belo tiro pela culatra. Artigo na edição de 13 de novembro da revista 'Science' recupera recentes indicadores de mudanças climáticas, confrontando-os com sinais de cansaço da opinião pública com os repetidos avisos de que a temperatura pode sair do controle, com consequências incontroláveis. 
        Citando uma pesquisa do Pew Research Center for the People and the Press, o texto lembra que a proporção de americanos para quem "há sólida evidência de que a temperatura média da Terra está aumentando no decorrer das últimas décadas" caiu de 71% para 57%. A proporção de quem vê nesse processo um problema muito grave ou "em certa medida grave" também caiu, neste caso de 73% para 65%.
    Outra pesquisa, do Instituto Gallup, indicou que a porcentagem de americanos que consideram exagerada a gravidade do aquecimento global cresceu para 41%, um recorde em 12 anos de realização desse levantamento.
     "Aparentemente, advertências ansiosas de crises climáticas iminentes não estão mais alcançando o público", afirma o artigo. Matthew Nisbet, especialista em comunicação política da American University, em Washington, avalia que "é muito difícil que qualquer evento climático vença outras questões e informações concorrentes". Entre americanos, os temas dominantes não são nada menos que duas guerras (no Iraque e no Afeganistão), uma economia ainda cambaleante e a reforma do sistema de saúde.
        Para Nisbet, os cientistas precisam de um novo foco para sua mensagem, tratando mais de efeitos localizados e questões mais imediatas, como os impactos da crise climática sobre a saúde dos indivíduos.
       Observe que o texto acima apresenta uma tese polêmica, veiculada na revista Science: segundo o autor do periódico científico, o excesso de alertas sobre as mudanças climáticas desgasta o público e diminui o impacto de campanhas de conscientização sobre o aquecimento global. No entanto, para chegar a uma conclusão de tal natureza, que encerra uma generalização implícita (“advertências ansiosas de crises climáticas não estão mais alcançando o público”), o autor teve de partir de sólidos argumentos.
      Nesse caso, o pesquisador da revista Science baseou-se em dados estatísticos sobre estudos feitos com um grupo de americanos, em que grande parte dos entrevistados revelou uma diminuição da preocupação com o aquecimento global e um cansaço diante da propaganda ecológica. A partir dessas informações, obtidas em experiências particulares com cada um dos entrevistados, o autor do artigo pôde formular sua conclusão generalista: o público está se tornando resistente à propaganda tradicional sobre o aquecimento global.
      Com base nisso, no último parágrafo foi apresentada inclusive uma proposta – também generalista – de solução para esse problema: “os cientistas precisam de um novo foco para sua mensagem, tratando mais de efeitos localizados e questões mais imediatas, como os impactos da crise climática sobre a saúde dos indivíduos”.
        Partindo do particular para o geral, o autor raciocinou indutivamente para formular sua tese, como esquematizamos a seguir:
1.    O excesso de alarmes é considerado exagerado por esta pessoa;
2.    O excesso de alarmes é considerado exagerado por esta outra pessoa;
3.    O excesso de alarmes é considerado exagerado por mais esta outra pessoa;
4.    Logo, o excesso de alarmes é considerado exagerado por todas as pessoas.
       Por fim, vale ainda ressaltar que a escolha de um ou outro método de raciocínio não pode ser gratuita, mas sim baseada nos argumentos disponíveis e no que o autor imagina acerca das opiniões e do conhecimento prévios do interlocutor sobre o tema em debate.
     Nesse sentido, cabe ressaltar que,  sobre coerência textual, geralmente um autor parte de informações que considera já conhecidas do leitor (tema), para depois apresentar o que julga ser novo (rema) para o outro. E isso também vale para os argumentos e opiniões! Logo, parta de um ponto de vista comum às pessoas envolvidas no debate para, ao longo de sua argumentação, chegar à sua conclusão, convencendo o outro a pensar como você.
   Assim, caso ache que há alguns exemplos particulares aceitos pelo leitor de antemão, empregue o  método indutivo, que o guiará desses exemplos para uma conclusão mais generalista. No entanto, se julgar que seu leitor compartilha com você determinado ponto de vista generalizador, parta dele para chegar a uma conclusão mais específica, segundo a lógica dedutiva. 
Fonte:   RTA1CEDERJ