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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Livro de contos da turma 901 - CIEP 259




CONTOS
DA TURMA 901


ciep 259 – ano letivo 2016
Professora: elaine lourenzo






Índice

A bruxa – Matheus Gomes       
A casa assombrada – Victor Hugo 
A casa sem fim – Manoelly
A cidade dos sonhos – Gaby Freitas 
A crise do reino de Laftel – Leonardo Fernandes 
A fazenda – Jennifer Cristina 
A menina que voava – Breno Maia
A paixão – Victória Alessandra
A pequena Nelita – Raquel
Amor proibido – Andressa Muniz 
As tão sonhadas férias – Angelo
Aventura apocalíptica – Leonardo Souza
Cidade amaldiçoada – Daniel Soares
Conto do herdeiro maldito – Thiago Le Gentil
DNA Alterado – Louruanna Taiany
Experiência traumatizante – Lailson
Extinção de tartarugas – Marcus Vinícius
Fatos sobrenaturais – Emily
Irmãs heroínas – Anna Beatriz
Jacarés assassinos – Lucas Conceição
O destruidor Kessek e a superação – Daniel Nascimento
O exílio – Mariana
O monstro Rayan – Victor Carlos
Os poderes –Maikon Bahiense
Paixão proibida – Bruna Rosa
Passeio com a família – Igor dos Santos
Um dia de má sorte – Lucas Martins
Viajando para o futuro – Ana Júlia 


A bruxa

            A nossa história começa por volta de 1347, num reino muito distante, onde a peste negra estava consumindo por completo. Seu rei, Marcos, juntou-se com a igreja católica para debater sobre a peste, a qual se acreditava ser Deus castigando o povo pelos seus pecados.
            Eles ouviram boatos de uma cidadezinha próxima, onde a população era imune à peste e que, possivelmente, havia uma bruxa, que além de curar a população de doenças fatais, também trazia pessoas de volta à vida.
            Ciente da situação, o rei, junto com o clero, decidiu que deveriam mandar seus melhores cavaleiros para reconhecerem a área e averiguarem se o boato era real. Assim, eles foram para a cidade, que tinha um rio ao seu redor.
            Adentrando a cidade, os cavaleiros passaram por viajantes que teriam roubado no caminho e buscavam um lugar para ficar. O representante da cidadezinha permitiu que ficassem, com um ar de alegria, mas olhar desconfiado.
            A cidade era bem pequena, porém com muitas mulheres bonitas, para sorte ou azar dos cavaleiros, que perdiam o foco em achar e matar a bruxa.
            Um dos cavaleiros estava ferido no braço, devido a uma mata que havia no caminho. Então, uma jovem chamou-o:
            - Ei, você, venha cá!
            O cavaleiro entrou na cabana da jovem e ela pediu para que ele tirasse a roupa. Ele tirou e ela começou a cuidar de seu ferimento. Nisso, ele a olhou e identificou que era a bruxa, pois na sua cabana havia vários remédios. Mas, como tinha o coração puro e bondoso, fingiu que nada havia acontecido e a poupou.
            Mais tarde, os aldeões fizeram uma festa para recebê-lo juntamente com seus companheiros. A jovem, que estava perto dali, chamou o cavaleiro e pediu que ele a seguisse para dentro da mata densa. Ele foi, mas a perdeu de vista, caminhando às cegas por lá. Quando ele a avistou, percebeu que ela fazia um ritual. No mesmo instante, ele se deparou com ela revivendo outra pessoa. Correra assustado para chamar seus companheiros na vila, mas assim que chegou lá, todos estavam desmaiados e presos, pois haviam drogado a bebida deles.
            Quando acordaram, tremiam de frio. A bruxa, nesse momento, chegou e disse que soltaria todos, caso renunciassem o nome de Deus e da Igreja. O primeiro cavaleiro, o mais covarde de todos, renunciou e ela o levou para trás da vila, fazendo parecer que o tinha soltado. Mas, na verdade, ela o matou.
            Em seguida, escolheu o próximo. Era aquele de quem ela havia cuidado. Disse que tinha algo especial para ele e que entrasse na cabana. Nisso, ele se deparou com sua mãe, que acreditava estar morta, pois havia sumido há um tempo num bosque próximo dali. Ela agonizava e não pertencia mais a este mundo. O cavaleiro dá um golpe de misericórdia com sua espada nela, que faleceu. Ele saiu com ela em seus braços, deixando a bruxa espantada, pois não acreditava que ele seria capaz.
            Enquanto ele falava com a bruxa, seus companheiros saíram de lá e começaram um conflito com os aldeões. A bruxa correu e o cavaleiro, em prantos e com raiva, foi atrás dela, que o levava para um pântano, no qual uma névoa pairava e só se podia ouvir sua voz. Eis que ela apareceu e contou ao cavaleiro sobre sua mãe, que não estava morta. Disse que a tinha encontrado em um bosque, ferida e desmaiada. Ele perguntou a bruxa:
            - Mas como assim? Eu a vi na cabana, agonizando!    
            Ela respondeu que apenas havia drogado a mãe dele, mas que ele a matara com suas próprias mãos. O cavaleiro caiu no chão em choque, chorando e a bruxa sumiu no meio da névoa. 
            Quando acordou, ele estava sobre o cavalo de um de seus companheiros, já chegando à igreja, junto com o representante da cidade morto, provando que havia encontrado e matado o necromante.
            Desde então, o cavaleiro puro e de bom coração encheu-se de ódio e desejo de vingança, jurando encontrar e matar aquela bruxa. Porém, essa jornada mexeu com sua cabeça, fazendo ver o rosto dela em todas as mulheres que encontrava, torturando-as, obrigando-as a confessar o que não haviam feito e as matando.

Matheus Gomes








A casa assombrada 


            Logo ao amanhecer, uma família acordava. Como um dia normal da rotina, eles fizeram suas funções e, como de costume, almoçaram juntos. O pai Manoel, sua esposa Tereza e suas duas filhas, Julia e Victória, começaram a conversar sobre o que fariam dali pra frente. 
            - Quero mudar de vida, morar num lugar melhor, ouvir notícias boas. Essa nossa vida na cidade grande já não me faz bem, disse Manoel. 
            - Concordo. Muita violência nessa cidade. Vamos nos mudar para um lugar mais calmo, disse Tereza. 
             - Que tal uma casa de campo? Disse Júlia. 
            - Ótima ideia! Iremos procurar direitinho uma casa que nos agrade no campo, disse Victória. 
             A família saiu em busca da casa. Passaram dias e mais dias, mas nada de achar o que procuravam. 
             - Pois bem, família, ainda não achamos a casa que procurávamos, disse Manoel
            - Já que não encontramos, vamos procurar uma aqui na cidade mesmo, só que num lugar mais calmo, sem tanta violência, disse Victória. 
A família saiu em busca da tal casa e tiveram uma facilidade em encontrá-la. Era um bairro pequeno com pouquíssimo movimento. Eles não esperaram nada e logo se mudaram para a casa nova. 
Mas, depois de uma semana morando na casa nova, coisas estranhas começaram a acontecer. Júlia, a caçula, começou a ouvir vozes pela casa e ver objetos se mexendo. Mal sabiam que a casa era habitada por espíritos de pessoas mortas. Júlia correu para avisar a sua mãe, mas ela não acreditou. 
Semanas depois, Victória apareceu com vários hematomas na região das costas, como se tivesse sido espancada. Sua mãe começou a desconfiar das coisas que estavam acontecendo. 
Na noite seguinte, Manoel levantou de madrugada para beber água e, chegando à cozinha, viu o espirito de uma menina vagando pelo corredor da sala. Correu para chamar sua esposa para ver, mas chegando á sala, o espírito havia sumido.
- Tem algo muito errado com essa casa, disse Victória. 
          - Vou instalar câmeras para ver se isso é verdade ou coisa da nossa cabeça, disse Manoel. 
Passaram-se alguns meses e a família desapareceu, sem paradeiro. A polícia começou a investigar pela vizinhança, mas nada foi encontrado.

Victor Hugo 























             A casa sem fim

            Num dia frio, recebi uma mensagem da minha tia dizendo para eu ir à casa dela, que não ficava muito distante. Mas aquela situação era tremendamente estranha. Sendo assim, fui. Quando cheguei lá, encontrei a casa toda apagada. Fui até a porta que estava encostada, entrei, caminhei até a sala de estar e vi a pior coisa que poderia ver: meu tio e minha tia mortos, com seus corpos esfaqueados e suas tripas totalmente à mostra. Fiquei chocado com tal cena. Ouvi um barulho vindo do segundo andar e, por impulso e mesmo com medo, subi as escadas correndo.
            Chegando ao quarto de Meet, vi meu primo de apenas seis anos, que estava perto de um ser sem rosto, de pele totalmente branca e seus membros pareciam elásticos. Eles eram iguais a tentáculos. Gritei:
             - Solte-o já ou chamarei a polícia!
            - Ah, sim. Chame a polícia. 
            Aquela voz congelou-me. Era aterrorizante e me deixou imóvel ali por segundos, até que um de seus tentáculos arremessou-me contra a parede. Só o ouvi dizendo:
            - Vamos minha criança, a casa sem fim nos espera.
            Ele pegou Meet e foram embora. Eu apaguei.
            Acordei na manhã seguinte, querendo que tudo não passasse de um sonho ruim. Desci as escadas com cautela e vi meus tios mortos ali, já entrando em decomposição. Eu não podia chamar a polícia, pois não acreditariam em mim. Enterrei os corpos no quintal e fui para casa, pois eu tinha que salvar Meet!
            Chegando a casa, tomei um banho frio e fui pesquisar pelo tal lugar e pela tal criatura. Achei o lugar que era muito longe de casa, mas de carro chegaria lá em poucas horas. A criatura era Slandermen. Ele não tinha ponto fraco e, mesmo com medo, eu sabia que tinha de ir atrás de Meet.
Peguei minha mochila, um mapa, entrei no carro e fui para o lugar.
            Era uma construção velha, cercada por mato. Senti um aperto no peito e entrei na casa. Eu estava na sala principal. Não havia ninguém, apenas enfeites bobos de halloween, os quais não me deram medo algum, mas eu sabia que aquilo que me esperava ali era totalmente aterrorizante. Porém, encontrá-lo era a única forma de provar minha inocência.
Resolvi andar pelo tal lugar à procura de Meet.
            O primeiro quarto era escuro, tinha apenas uma lâmpada que iluminava uma cadeira de madeira, na qual tinha um papel em cima. Andei até lá com cautela e peguei o papel, no qual estavam escritas as seguintes palavras: "Vá até o fim, pois estaremos esperando você". Aquelas palavras eram dele e eu tinha certeza disso, mas prossegui. Avistei uma parede na qual estava desenhado um número 2. Sabia que eu tinha de ir por ali, pois não havia porta. Pensei em derrubar a parede que já estava velha. Afastei-me, corri com toda minha força e me choquei contra a parede, que se quebrou, deixando-me atravessá-la. Assim que passei, ela se fechou. Não entendi, mas eu sabia que não havia volta se eu seguisse.
            No quarto 2, não havia nada. Não que eu visse algo, pois era totalmente escuro, mas um barulho horrendo vinha de algum lugar ali e eu sabia que tinha de seguir o barulho, contudo meus pés não se mexiam e o medo dominava-me. Eu sabia que podia não sair vivo do terceiro quarto, mas sabia que ele estava lá e também que não teria ido tão longe por aquele quarto.
            Ouvi um ruído na parede bem ao meu lado. Havia alguém ali que chorava e tal coisa deixou-me em pânico, pois era minha voz. Meus olhos acostumaram-se com o ambiente e vi que era eu. Ele chorava e dizia para não o  machucar. Não entendi, pois eu jamais o machuquei, porém vi o número 3 em seu peito e avistei uma faca ao seu lado. Eu sabia o que tinha de fazer. Tentei acalmá-lo e ele disse:
             - Vá! Faça logo! Sabe o que tem de fazer... É para o bem dele.
            Então, fiz. Apunhalei-o com a faca, o sangue jorrou de seu peito e começou a cobrir-me. Por um instante, achei que me afogaria nele. Caí em outro quarto, cujo número três estava na parede.
            Esse quarto era o mais claro de todos. Havia um som, uma melodia estranha que me deixava tremendamente confuso, triste; mas eu sabia que eles estavam ali em algum lugar. Segui em frente, ouvi um ruído forte, um estrondo e fui até o tal barulho. Vi a criatura cujo nome era Slandermen. Ele estava ali com meu priminho Meet que chorava sem parar. Ao ver-me, ele se calou. A criatura dirigiu-se a mim e disse que era muito corajoso da minha parte chegar até ali. Eu sabia o que tinha de fazer e fui para cima dele. Ele só riu e me jogou no chão com seus tentáculos. Eu continuei tentando golpeá-lo, mas não consegui. Ele se esquivava dos meus golpes. Segurou-me quase quebrando todos os meus ossos, pegou meu rosto na altura do seu e disse:
             - Finalmente, um novo gerente para minha casa!
            Fiquei sem entender, mas, olhando nos olhos dele, parecia que eu sabia o que fazer. Entrei numa sala, onde estava escrito: “Gerente”. Meet estava lá e a criatura havia sumido. Peguei Meet e corri. Quebrei a janela, coloquei-o no carro e levei para a casa da minha namorada. Pedi que ela cuidasse dele e fui para casa.
            Uma marca em meu braço começou a crescer e meus olhos ardiam. Olhei no espelho, vi que meu rosto estava totalmente branco e meus olhos azuis ardiam mais. Chegando a casa, senti algo estranho. Fui ao banheiro, peguei uma faca, dei um sorriso enorme de orelha a orelha e queimei minhas pálpebras. Vi que a marca tinha crescido nela e estava escrito o seguinte nome: Jeff, the killer.
            Então, percebi que não estava na minha casa, mas sim naquela maldita casa. Eu agora trabalhava ali e era um assassino que matava para ele. 

Manoelly








  


A cidade dos sonhos

            Era um lugar escuro, onde só se ouvia o barulho do vento balançando as árvores.
            Ella realmente não sabia como chegara lá, nem como vestia seu vestido vermelho e seu casaco preto por cima. Caminhando por um tempo, pôde escutar uma risada.
            - Quem está aí? Pode me ajudar? Estou perdida.
            Uma menina de cabelos loiros e com um vestido roxo apareceu em meio à escuridão.
            - Oi, meu nome é Suzy. Disse a menina, com a cabeça baixa.
            - Oi, o meu nome é Ella. Você pode me dizer que lugar é esse?
            - Infelizmente, também não sei. Estou aqui há muito tempo e ainda não consegui voltar para casa.

            - Como assim?! Ella arregalou ou olhos sem entender o que Suzy quis dizer.
            - Eu cheguei aqui assim como você, sem saber onde estava. Busquei uma forma de voltar para casa e não consegui. Hoje, acostumei-me com este novo mundo, mas gostaria muito de retornar para a minha família.
            - Eu não estou entendendo nada. Por que você não pergunta a alguém como voltar para casa?
            - Ninguém sabe como sair, nem como entrou aqui. É um lugar muito misterioso e não sei se é real; não sei nada a respeito.
            - Isso é muito maluco. Deve haver uma forma de encontrar o caminho.
            - Sei como se sente e, para ser sincera, acho que posso lhe ajudar.
            - Como?
            - Uma vez ouvi falar de um livro que te leva onde você quer, porém, é muito perigoso. Tenho medo de tentar.
            - Por que é perigoso?
            - Porque se você não desejar com toda a força o lugar, acaba indo para outro lugar ou até desaparecendo em questão de segundos.
            - Tenho que tentar. Vamos lá.
            As duas começaram a caminhar sem cessar. Depois de muito tempo, chegaram a um lugar com uma luz muito forte e um livro em cima de uma mesa de vidro.
            Ella abriu o livro e, antes de desejar sua casa e dizer as palavras necessárias, disse:
            - Aconteça o que acontecer, eu me lembrarei de você. Mas qual é mesmo seu nome?
            - Suzy Vegga.
            Ella não estranhou o nome e pôs a mão sobre o livro. Disse as palavras necessárias e desejou com toda força voltar para casa. Ao abrir os olhos, estava em seu quarto, como se nada tivesse acontecido. Ao seu lado, sentada, estava a sua mãe.
            - Você não acordava de jeito nenhum - disse sua mãe.
            Ella levantou-se e perguntou:
            - Mãe, você conhece alguma Suzy Vegga?
            - Minha filha, esse é o nome daquela menina que morava aqui do lado. Morreu enquanto dormia. Não se lembra?
            Os olhos de Ella se arregalaram de uma forma automática e só uma pergunta permanecia em sua mente:
            -Será que foi apenas um sonho?


                                                                                                                      Gaby Freitas











A crise do reino de Laftel

            Existia uma terra distante chamada Laftel. Ela era governada por um dos melhores reis daquela época. Ele se chamava Gondor. Era amado pelo seu povo devido a sua grande bondade. Porém, seu irmão gêmeo invejava-o e nutria um grande ódio por ele. Esse irmão também reinava numa terra próxima dali.  Mas, ao contrário de  Gondor, ele era conhecido pela sua crueldade. Seu nome era Nefário.  
            Um dia, a mando de Nefário, as tropas inimigas invadiram o reino de Gondor e destruíram casas, saquearam o povo e mataram a maioria deles. O rei Gondor, com toda essa tragédia, caiu em depressão e não saiu mais do seu castelo, abandonando seu povo.
            Depois de meses, um pequeno menino foi ao castelo e quis falar com o rei. Ele dizia:
            - Oh, meu rei! A cidade foi destruída por causa do rei Nefário e o povo precisa de você, Vossa Majestade!
            O rei ficou cheio de esperanças e saiu do castelo, com muita confiança, para reconstruir seu reino com a ajuda de seu povo.
            Desde esse dia, com a união de todos, nunca mais houve ataques ali.

Leonardo Fernandes       








A fazenda

            Fui passar as férias de janeiro na fazenda da minha tia Ana. Ela era magra, de olhos castanhos e o cabelo excessivamente liso, meio loiro; nem parecia que era esposa de um simples fazendeiro.
            Há pouco tempo, seu esposo veio a falecer com uma doença muito grave. Eles foram casados há mais de vinte anos e tiveram dois filhos: Gustavo e Maria Rita. Gustavo tinha vinte e três anos; Maria Rita, quinze. Meus primos eram muito legais, juntos fazíamos muita bagunça. Minha tia ficava doida, mas, no fundo, ela adorava aquela bagunça toda.
            A fazenda foi a única herança que seu esposo deixou para eles. Uma vida dura, mas saudável. Ali, tinha um lago que até dava para pescar, um galinheiro bem grande, chiqueiro com muitos porcos, tinha algumas vacas leiteiras e um espaço grande para plantações. 
            Nesses últimos tempos, minha tia vinha reclamando do desaparecimento de alguns animais. Ela não sabia o que estava acontecendo. Bolei um plano com meus primos. Eu tinha levado para minhas férias uma câmera de última geração que ganhei de presente de aniversário do meu pai. Ela tinha o recuso de gravar no escuro com infravermelho.
            O plano bolado era ficar toda madrugada de vigia, revezando entre os três. Se aparecesse algo estranho, ligaria a câmera para gravar.
            Ficamos noites acordados e nada de decifrar o mistério. Tia Ana estranhava o nosso sono durante o dia, porque queríamos fazer uma surpresa para ela, mas tivemos que contar. Ela achou desnecessário, porém nos apoiou.
            Uma bela madrugada, Gustavo estava de vigia e escutou um barulho no curral. Ligou a câmera com o infravermelho, viu um vulto e se abaixou morrendo de medo, mas esperou. Viu um homem colocando o cabresto em algumas vacas e o acompanhou. Na entrada da fazenda, tinha um caminhão com mais dois homens, que ajudaram a colocar as vacas no veículo. Gustavo, então, teve a ideia de gravar a placa do caminhão.
Todos da casa acordaram assustados com os gritos do Gustavo:
            - Conseguimos! Conseguimos! Deciframos o mistério!
            Mais calmo, ele contou o que acontecera. Minha tia ficou surpresa, pois não esperava que a gente resolvesse esse mistério que durava há anos.
            Nas primeiras horas do dia, minha tia foi à cidade, levando a câmera filmadora até a delegacia para mostrar ao delegado, que por sinal era amigo do seu falecido esposo. Ao retorna à fazenda,  fiquei surpresa porque não voltou com a filmadora. Ela me explicou que ficou na averiguação e que seria entregue quando descobrissem os culpados. 
            Dias passaram-se e a agonia só aumentava; não passava. Até que uma bela tarde de quarta-feira, o delegado fez uma visita à fazenda. Estávamos todos ansiosos para saber as novidades sobre o roubo, mas ele não parecia ter pressa de contar. Tomou café, comeu rosquinhas e mais rosquinhas. Parecia que estava morto de fome. Depois disso, ele começou a falar que os ladrões foram presos e que eram da cidade vizinha. Ele havia conseguido recuperar as vacas que foram roubadas e que nas próximas semanas estariam entregues na fazenda. Foi uma gritaria geral, mas de felicidade. O delegado recomendou que minha tia Ana criasse alguns cachorros para dar sinal à noite. Eu falei que podia dar os filhotes para ela. Um casal de pitbull. Disse que queria ver agora alguém entrar na fazenda com eles ali. 
            Foi uma das melhores férias de janeiro que já tive na vida. Não vejo a hora de voltar para a fazenda e viver novas aventuras com meus primos e suas bagunças.

Jennifer Cristina





  


  
A menina que voava


            Em uma casinha no meio do nada, havia uma garotinha que sonhava alto. Todos diziam que esses sonhos esquisitos nunca poderiam ser realizados por serem surreais.
            Um belo dia, ela parou, pensou um pouco nos seus sonhos e fez uma pergunta para si mesma:
            - Por que não acreditam em coisas que nunca viram?
            Pois ela tomou uma atitude e decidiu mostrar para todos um dos sonhos que ela mais quis realizar, que era voar.
            Ela subiu na maior árvore que existia naquele lugar e voou bem alto. Mostrou a todos que, se acreditarem em seus sonhos, é possível realizá-los, quaisquer que sejam.
            A partir desse dia, ela virou uma heroína e começou a ajudar e salvar pessoas. Todos achavam que aquilo que estavam vendo era coisa de outro mundo e que não passava de uma ilusão, ou seja, um sonho. Ela desceu e falou:
            - O mal dos seres humanos é achar que tudo é possível do jeito deles. Pois olhe bem para mim e nunca duvide de que seus sonhos são muito mais que ilusão.    

Breno Maia








A paixão
            Ela era uma menina com cabelos curtos até os ombros, magra, usava aparelho e  gostava muito de ler. Tinha apenas quinze anos, mas com uma mente mais avançada. Morava com sua avó em uma casa que parecia ser de boneca, de tão linda e delicada que era. Seus pais morreram em um acidente quando ela ainda era bebê, por isso não tinha nenhuma lembrança. Deram-lhe o nome de Sophia. Sua avó fez de tudo para dar o melhor para ela. O tempo foi passando e a menina cresceu.
            Finalmente, chegou o dia de seu décimo quinto aniversário e sua avó quis presenteá-la com um livro. Foi até a livraria escolher; passou pela seção de livros novos, com capas bem desenhadas e com um preço muito favorável. Mas, de repente, seus olhos "correram" para outro setor: era o de livros antigos. Caminhou vagarosamente até lá, pegou um livro que tinha uma capa bem desgastada e o título de "A paixão".  Ninguém dava nada por ele, mas ela viu algo de diferente que a encantou. Olhou o preço na etiqueta e custava R$120,00. Ela achou muito caro para um livro daquele, mas lembrou de um velho ditado "Nunca julgue o livro pela capa". Depois de toda essa dúvida, ela resolveu levar.
            Quando chegou a casa, deu o livro para Sophia e percebeu que ela não ficou muito feliz com o presente. Embora ela amasse ler, não era aquele livro que ela esperava ganhar, pois imaginava algo com a capa nova e desenhada. Agradeceu a sua avó e foi para seu quarto. Sentou em sua cama e pôs o livro em cima da cômoda.
            Dias passaram-se e lá estava o livro. Ela nem sequer abriu, até que um dia resolveu pegá-lo e ver o que ele tinha a oferecer. Começou a ler e viu que não era  como ela tinha imaginado. O livro contava a história de uma mãe que tinha uma filha e elas não se davam muito bem. E a cada página que Sophia lia, ela aprendia cada vez mais o valor de uma mãe. Ela não possuía uma, mas sua vó era como se fosse.
            Passou a ficar viciada naquele livro, até que chegou à última página e na sua última estrofe estava escrito: "Nesse mundo em que estamos vivendo, precisamos ter coragem, ser alegre, ser diferente de pessoas que possuem a arrogância como rotina. Seja humilde, ame, perdoe, agradeça, peça desculpas, coma, viva, seja feliz, agradeça a Deus por mais um dia e nunca despreze alguém que faz tudo por você."
            Pronto! Ela acabou de ler a última página do livro e aprendeu uma lição importante. Foi até a cozinha e deu um abraço bem apertado na sua avó, que, na verdade, ficou surpresa e contente.
            Sua avó perguntou qual era o motivo de ela estar assim. A menina simplesmente respondeu:
             - A gente não precisa ter motivos, mas apenas amar e fazer do mundo um lugar melhor. 

Victória Alessandra












A pequena Nelita

            Um belo dia, uma garota chamada Nelita estava numa pequena praça. Ela era uma menina muito doce e pequena, tinha cabelos cacheados da cor de uma gota de ouro, que combinavam com a pele branca e seu nariz pequeno. O rosto, enfeitado por diversas sardas.
            Nelita estava lendo seu livro favorito, sentada no banco da praça, quando um grupo de meninas malvadas aproximou-se de repente. Com muita covardia, uma delas tomou o seu livro. Nelita, com muito medo, caiu em prantos, pedindo que a devolvesse o livro. Mas, as garotas caíram na gargalhada com muita ironia.
            Nesse momento, uma velha senhora, que porventura era vizinha de Nelita, aproximava-se do local. Percebendo o ocorrido, pediu que a dessem o livro. As meninas, com muito medo, devolveram o livro, mas a senhora não deixou barato: deu-lhes uma lição de moral e fez com que elas fossem embora. Nelita deu um ar de alívio e agradeceu a sua vizinha por ter salvado seu livro e sua integridade.
            Depois que tudo foi resolvido, as duas foram caminhando juntas para as suas casas, numa bela conversa sobre a história daquele livro.

Raquel       








Amor proibido


            Isaque era um belo rapaz de uma família rica, que morava numa cidade do interior chamada Aurélio. Ele se apaixonou pela empregada que trabalhava na sua casa. Ela se chamava Rebeca. Era uma moça de família pobre e humilde, que também estava apaixonada por ele. A paixão era tanta que eles não tinham mais como esconder aquele amor.
             Entretanto, o pai de Isaque não aceitaria aquele romance dos dois, porque ela era pobre e trabalhava para a família. Já os pais de Rebeca não aceitariam porque a família dele era rica. Então, os dois decidiram esconder o namoro por um tempo, com medo da reação dos seus pais, caso descobrissem o namoro.  Eles começaram a se encontrar ao anoitecer, depois que todos da casa tivessem dormindo. Passaram anos e anos juntos, encontrando-se dessa forma. 
            Numa bela noite, os empregados da casa viram os dois juntos, porém não desconfiaram de nada. Na outra noite, viram o casal do lado de fora da casa e começaram a vigiá-los todas as noites, até descobrirem que eles estavam namorando.  Ameaçaram contar tudo para os pais do casal e pediram dinheiro para ficarem de bico calado.
            Assim foi por um tempo, só que não durou muito, pois o amor dos dois não tinha como esconder.  O pai de Isaque percebeu e começou a vigiar as saídas do casal ao anoitecer, até que descobriu o relacionamento deles e proibiu o namoro. Só que eles continuaram a se encontrar escondidos. O pai dela soube e ameaçou matá-los, caso eles continuassem com os encontros.
            Numa bela noite, pegaram-nos juntos. O pai dela estava com uma arma na mão e mirou no Isaque para matá-lo. Rebeca pulou na frente do seu grande amor, dizendo que o amava.  Ele a abraçou, ela começou a chorar e o pai dela atirou nos dois. Os jovens morreram juntos e apaixonados.

Andressa Muniz





As tão sonhadas férias


Eles eram todos vizinhos, embora nem todos morassem na mesma rua, mas a grande maioria sim. Todos estudavam à tarde na mesma escola, por isso não tinham muito tempo para brincar. Saíam da escola às 18h, chegavam em casa por volta das 18h30 e só podiam ficar na rua até às 19h.
Eles viviam reclamando, falando que tinham pouco tempo para brincar. Sempre pediam para ficarem mais dez minutos na rua, já que a brincadeira a todo o momento era interrompida por um carro.
Embora estudassem na mesma escola, não brincavam na hora de intervalo porque dividiam o pátio com outros alunos de 12 a 14 anos e eles tinham na faixa de 8 a 10 anos. Com medo de machucarem-se, só ficavam sentados no banco, conversando e comendo até o sinal bater.
Na maioria das vezes, ficavam conversando sobre o que brincariam quando chegassem a casa.  Sempre tinha um ou outro com os deveres de casa para fazer e não podiam sair para brincar. Por conta disso, só brincavam no máximo três vezes por semana. Tinham semanas que eles nem brincavam porque no final da rua onde eles moravam estava tendo uma obra e ficava passando muito caminhão de material.
Até aos sábados e domingos só podiam ficar na rua até às 19h porque suas mães não deixavam ficar depois desse horário. Eles ficavam se perguntando o que era aquela obra no fim da rua. Alguns falavam que seria um parque de diversões; outros, um hotel.
Sempre que chegavam da escola, ficavam conversando sobre as férias e o que fariam quando elas chegassem. Fizeram até uma lista de brincadeiras para esse período. Eles eram seis meninos e quatro meninas. Como havia um total de dez pessoas, podiam brincar de diversas coisas; mas, como no período da escola não sobrava tempo, sonhavam tanto com as férias.
Enfim, elas chegaram. Eles estavam bem animados para começar a brincar a semana toda, sem perder um dia de brincadeira. Ficaram sabendo que a obra no fim da rua tinha acabado. Ficaram mais felizes ainda e bastante curiosos para ver o que fora construído ali.
Descobriram logo a novidade no fim da rua: era uma casa de festas. Deram pulos de alegria, pensando que era uma casa de festa infantil. Mas, a alegria durou pouco, pois naquela casa de festas começaram a acontecer eventos e, com isso, fechavam a rua. Isso começou a atrapalhar muito a brincadeira deles.
Em pouco tempo, aquele espaço começou a ficar muito famoso e foram comprando as casas em volta para poder expandi-lo para o seu público. Logo conseguiram comprar todas as casas da rua e, consequentemente, as crianças tiveram que se mudar, indo morar cada uma num lugar diferente. Tiveram também que mudar de escola e, com isso, nunca mais se reencontraram.

Angelo







Aventura apocalíptica

            Num mundo apocalíptico distante, a terra estava cheia de mortos-vivos. Esse lugar tinha uma população de cinco pessoas: Leon, Lula, Laniuso, Danielo e Tereza. Eles viviam na cidade chamada Atlanta, escondendo-se e protegendo-se desses monstros. Lutavam para sobreviver ali.
            Certo dia, eles estavam num prédio abandonado e o Leon, que era líder deles, disse:
             - Quem topa ir lá na rua?
            Então, Tereza, muito assustada, respondeu:
            - Está doido! Têm zumbis lá fora.
            - Vamos pelos fundos, que eles não vão nos ver.
            O grupo saiu do prédio em direção à cidade deserta. Lá, eles viram uma loja cheia de comidas e armas, só que tinham cinco zumbis na frente dela. Leon tinha uma espada e os outros tinham facas.
            - Vamos matá-los! Gritou Leon.
            E assim fizeram. Depois disso, entraram na loja e recolheram tudo. Daniel, Laniuso e Lula questionaram para onde iriam quando saíssem dali. Leon sugeriu a cidade perdida de Atlântida, mas a equipe não sabia como chegar lá. Leon teve a ideia de irem de carro até um lugar onde havia um submarino.
            No caminho, eles avistaram um menino com muitas armas. O nome dele era Soares. Leon perguntou para onde ele estava indo. Soares explicou que estava sem rumo, pois não tinha ninguém para ajudá-lo.
            - Quer vir conosco? Perguntou Leon.
            Soares aceitou imediatamente e, enquanto se apresentavam, outros zumbis vinham na direção deles. O garoto distribuiu as armas para o grupo, que logo exterminou os zumbis. Em seguida, fugiram para um galpão, porém estava trancado. Soares atirou no cadeado, eles entraram e viram o submarino. Leon explorou o lugar e achou a chave do submarino. Entretanto, tinham que ir por baixo d’água.
            Lula, que tinha distúrbios mentais, pulou na água para entrar no submarino. Leon foi em seguida e os dois conseguiram ligar o submarino, resgatando o restante do grupo. Seguiram em direção à Atlântida.
            Chegando ao local, o submarino começou a fazer barulhos estranhos. Quando viram, tinham sete tubarões, de mais ou menos dez metros, rodeando o submarino, que rachou ao meio. O grupo começou a prender o fôlego, mas não aguentou por muito tempo. Quando acharam que tudo estava perdido, perceberam que podiam respirar debaixo d’água. Isso porque aquele lugar tinha uma magia.
            Nesse instante, Lula contou para o grupo que, logo após o seu nascimento, seus pais sumiram em Atlântida, quando faziam um passeio de barco. Todos ficaram surpresos com a história. Mas, Tereza falou:
            - Calma, Lula! Nós somos a sua família agora. 
            Os meninos começaram a rir de Lula e Tereza defendeu o amigo:
            - Deixa o garoto, coitado!
            O grupo esqueceu o assunto e continuou caminhando, quando Leon disse:
            - Vamos para aquela entrada que tem um tridente.
            A equipe seguiu e, chegando ao local, viram um trono. Lula teve um bom pressentimento.  Nesse momento, o rei e a rainha de Atlântida apareceram. Lula começou a chorar e correu na direção deles, que o abraçaram. O rei disse, com lágrimas nos olhos:
            - Nossa! Como você cresceu, filho!
            Depois de muito choro e alegria, o rei perguntou o que eles estavam fazendo ali. Leon explicou que souberam que ali havia uma nave que levava até o espaço. O rei confirmou e disse que no dia seguinte levaria o grupo até o local. Como estavam muito cansados, os meninos foram dormir.
            Na manhã seguinte, o rei levou o grupo até a nave. Lula despediu-se dos pais e prometeu retornar. Sua mãe começou a chorar e pediu que ele voltasse com sua namorada, Tereza. Ele explicou que eram só amigos e Tereza começou a rir.
            Dentro da nave, antes da partida, o rei contou que havia uma cura para os zumbis na lua. O grupo partiu.
            Assim que chegaram à lua, Leon desceu primeiro e percebeu que podia respirar normalmente. Os outros saíram e pularam bastante. Eles corriam e giravam deslumbrados com tudo que viam. Leon viu um túnel e resolveu entrar. Os amigos também foram. Chegaram numa sala onde estava um frasco com sangue e um cristal. Era a cura que buscavam. Leon pegou o frasco; Tereza, o cristal. Nesse momento, abriu-se uma passagem. Eles saíram da caverna, que desmoronou logo em seguida.
            Lá fora, estava um alien que esperava por eles e diz:
            - Parabéns, meninos! Vocês acharam a cura para o apocalipse.
            A equipe ficou muito feliz e se abraçou. Tereza beijou Lula, que se lembrou das palavras de sua mãe. Laniuso descobriu que Danielo era seu irmão e Leon era um primo distante de Soares.
            O grupo retornou para a sua cidade e viveram como uma grande família.

Leonardo Souza










Uma cidade amaldiçoada

            Existia uma cidade que era isolada de todas as outras porque nela tinha um segredo sombrio. Logo na sua entrada, tinha um aviso no qual dizia que as leis das outras cidades não se aplicavam ali.
            Certa noite, três amigos passavam na frente desse povoamento, quando o carro que eles estavam desligou sozinho. Já era madrugada e os amigos desceram para ver se tinha acontecido algo com o carro. Para a surpresa deles, o carro estava em perfeita condição.
            Como se não bastasse o problema, as coisas pioraram, pois os amigos perceberam uma presença maligna no local. Todos ficaram muito assustados, até que aquela assombração sumiu. Porém, as coisas não melhoravam, pois os amigos começaram a ouvir gritos. Eles entraram naquela aldeia apavorante e perceberam que não havia ninguém ali. Por volta das cinco horas, os amigos decidiram ir embora com medo do que estava acontecendo com eles naquele lugar. 
            Depois de uma longa caminhada, os amigos chegaram à cidade por volta das sete horas. Eles pediram ajuda às pessoas que passavam na rua. Estavam em estado de choque com tudo aquilo por que passaram.
            Um tempo depois, os três amigos já estavam trabalhando bem felizes. Mas, um deles não havia esquecido totalmente daquela terrível noite e tinha pesadelos que o obrigaram a fazer tratamento médico. Apesar disso, a vida seguiu normalmente.

Daniel Soares







           

  
Conto do herdeiro maldito

            No dia 29 de dezembro de 1999, em Wayne, Pensilvânia, uma mulher chamada Samara Jackson recebeu um telefonema dizendo que teria de trabalhar a partir das 20h do dia 31 até o mesmo horário do dia 1 de janeiro do próximo ano. Ela ficou com raiva, pois trabalharia na virada do ano e, além disso, preocupada porque estava grávida de um garoto de nove meses; mas, sem escolhas, ela aceitou. No dia 30, às 3h, ela acordou com um pesadelo. Viu uma estátua de um homem matando um jovem (cabelos escuros e pele clara) com uma facada no peito, porém ignorou e foi dormir.
            No dia 31, novamente às 3h, acordou de um pesadelo no qual viu ela mesma segurando uma arma, apontando para alguém e um homem (branco com cabelos loiros e olhos azuis) caído no chão, aos seus pés, com o peito sangrando. Ela, depois do sonho, olhou para o marido que dormia ao seu lado. Levou um susto pelo fato de que o homem do sonho era igual ao seu marido,  com uma única diferença na cor dos cabelos. Seu marido (chamado, Dave Daroch) tinha cabelos negros. Ela voltou a dormir.
            Às 17h do mesmo dia, ela se arrumou, colocou sua roupa de guarda, pegou a pistola, colocou no coldre, despediu-se do marido e às 17h30min pegou o carro e dirigiu até Delaware, em Nova York.
            Chegou ao museu onde trabalhava às 19h49min. Era um museu com artefatos históricos desconhecidos e misteriosos. Ele fechava às 20h, no horário em que seu turno começava.
            Esperou todos saírem e foi logo para a sala de câmeras, perto da entrada do museu. Ficou lá olhando a tela. Às 23h32min, ela viu uma sombra passar indo para uma sala.  Rapidamente, Samara correu e foi em direção a essa sala. Olhando para a plaquinha na entrada, ela leu: “Artefatos das Cordilheiras dos Andes”.
            Entrando na sala, ela ligou a luz e viu algumas pedras, esqueletos, armas, algumas coisas esquisitas, um grande livro e o que despertou o interesse dela foi uma estátua de dois metros no meio da sala, que era feita de prata e bronze. O que a assustou é que ele parecia com o homem que viu em um de seus pesadelos.  As luzes da sala começaram a piscar e ficarem fracas até que ela escutou uma risada macabra. Tremendo, ela olhou para trás e viu uma sombra com olhos acesos, num tom vermelho. Ela já moveu a mão até o coldre, porém a tremedeira não a deixou pegar a pistola. Ele sorriu e disse:
            - Daqui a 16 anos, eu voltarei.
            Ela puxou a arma, porém, quando mirou, o ser já não estava mais lá. Olhou para o relógio e escutou os fogos de artifício. Era meia-noite.  Olhou para as pernas e viu o sangue escorrendo. Caiu ajoelhada no chão e pegou o celular. Ligou para o marido e se deitou no chão, agonizando de dor.
             Dez minutos passaram-se e ela escutou sirenes. Depois de um tempo, viu quatro homens segurando uma maca. Aproximaram-se e deram os primeiros socorros. Depois disso, puseram Samara na maca e a levaram para a ambulância. Dali, seguiu para o hospital.
            Chegando lá, encontrou seu marido, que já a esperava. Ela deu a luz a um menino branco, com cabelos negros e olhos azuis, que recebeu o nome de John Jackson Daroch.  

Thiago Gentil








  


DNA Alterado
            Numa cidade grande, no nordeste do país, "amantes" de cobras haviam construído um criadouro para poderem apreciá-las e estudá-las. Porém, várias delas estavam sendo mortas de modo que ninguém conseguia compreender. O dono do criadouro resolveu instalar câmeras para monitorar o local onde foram encontradas as cobras as quais estavam sem as cabeças e resolveram pesquisá-las para descobrir a causa da morte.
            Longe dali, num vilarejo onde havia no mínimo 500 habitantes, famílias que possuíam hortas desconfiavam que alguém pudesse estar roubando seus alimentos. Suspeitando de algumas pessoas, essas famílias também resolveram instalar câmeras para monitorar esse local. Porém, seus alimentos continuavam a sumir e ninguém aparecia no filme das câmeras. Essas famílias, então, descobriram que seus alimentos estavam sendo sugados para dentro da terra, onde havia buracos. Eles procuraram especialistas e foram falar com o dono do criadouro de cobras.
            Chegando à cidade grande, um homem alto e magricela, de aspecto preocupado, liderou as famílias e foi ao encontro do especialista. Ao entrar na sala de espera, esse homem deparou com paredes cobertas de peles de cobra. Nesse momento, um especialista entrou na sala e o chamou:
             - O que o senhor deseja?
            - Gostaria de fazer algumas perguntas. Disse o homem magricela, ficando de pé.
            -Venha até minha sala. Pediu o especialista ao homem.
            Ele o seguiu até sua sala. Minutos depois, o homem magricela falou ao especialista:
             - Gostaria de saber se há a possibilidade de algum animal sugar alimentos para dentro da terra.
            -Bom, meu senhor - murmurou o especialista - há alguns dias, têm acontecido casos parecidos com o que o senhor citou, aqui na cidade. Ainda não descobrimos o animal que tem causado tudo isso, mas estamos fazendo várias pesquisas. Quaisquer notícias, nós entraremos em contato com o seu vilarejo. O homem alto e magricela se levantou e foi embora.
            Chegando ao vilarejo, o homem contou às famílias o que havia acontecido e disse que logo o especialista entraria em contato com ele. As famílias suspiraram, sentindo-se aliviadas e seguras.
            Porém, na cidade grande, uma das câmeras de monitoramento conseguiu registrar a imagem do animal que estava causando a morte das cobras e que também estava comendo os alimentos plantados. Ninguém sabia o que era aquilo, que espécie de animal era aquele. O animal tinha corpo de cobra e rastejava, porém ele tinha pés  de homem e dentes de piranha.
            Então, um especialista bem velho, que estava ouvindo a conversa, lembrou e contou aos demais especialistas que ali se encontravam, que há quinze anos o DNA dos ovos de uma cobra comum foram alterados e que aqueles filhotes, após quinze anos de vida, poderiam causar um sério dano a cadeia alimentar e a população.
            Mas, ninguém sabia se aquilo que o velho homem dissera era verdade ou apenas um mito. O fato era que essa história não parecia ser um mito. No entanto, o homem que alterou o DNA dos ovos da cobra, tinha sido morto pela população indignada e morta de medo. Então, não teria como ter certeza do que o velho dissera.
            Os especialistas começaram a fazer pesquisas sobre esse animal, após encontrarem um deles morto perto de uma horta. Depois de várias pesquisas, eles descobriram que esses animais, não identificados ainda, comiam apenas vegetais e parte de outras cobras. Perceberam que esses animais só comiam a cabeça das cobras, pois precisavam do seu veneno para se reproduzir. O especialista entrou em contato com o vilarejo de Itaipuaçu para falar com o homem alto e magricela que lhe fizera perguntas uns dias atrás. O especialista disse:
             -Escute bem meu senhor, esses animais não oferecem risco de morte a humanos, ou seja, eles não gostam de sangue, apenas de vegetais e do veneno de outras cobras. Por isso, não precisam ter medo.
             -OK. Disse o homem.
            Após entrar em contato com o vilarejo, os especialistas tiveram a ideia de tentar retirar o veneno da maioria das cobras, para que os bichos não identificados não pudessem se reproduzir. O plano deu certo. A população parou de plantar frutas e verduras por um tempo indeterminado. Com isso, os bichos que os especialistas deram o nome de Biam não tinham o que comer e quase todos morreram de fome.
            Alguns meses depois, um Biam foi encontrado no vilarejo de Itaipuaçu. Como não tinha mais veneno de cobra, nem alimentos plantados, ele tentou alimentar-se com sangue de humanos e não de outros animais. Tentou matar uma menina para se alimentar, mas ela era demasiadamente forte e conseguiu fugir, apenas machucando o braço, mas nada de grave. Como o último Biam não conseguiu se alimentar, ele morreu também de fome.
            Muito satisfeito com o acontecimento e sabendo que a menina estava bem, o criadouro de cobras passou a comemorar, de ano em ano, a data em que o último BIAM fora encontrado morto.
Louruanna Taiany









Experiência Traumatizante



            Uma mulher apaixonada por livros de suspense estava em uma livraria procurando um livro de seu agrado. O nome da mulher era Shirley, morava em casa sozinha e ficava a maior parte do tempo lendo. Quando ela encontrou o livro que queria, comprou-o e foi para sua casa. Era um romance policial de suspense e mistério, de um dos seus autores preferidos. Ela não via a hora de chegar a casa e ler logo aquele livro.
             Quando enfim chegou, já era noite; uma sombria e fria noite de domingo. Ela entrou rapidamente, sentou-se na sua poltrona, cobriu-se com uma coberta e leu seu livro. Passou horas e horas divertindo-se com aquela misteriosa história. Leu até o seu sono chegar. Ela marcou a página que parou e adormeceu. Shirley acordou com alguém batendo à sua porta. Levantou-se deixando seu livro na mesa e foi atender. Ela abriu e viu uma mulher com roupa de policial. Shirley estranhou aquilo, levantando a sobrancelha esquerda e a mulher disse:
            - Olá! Sou da polícia e a senhora está convidada a se juntar conosco numa investigação, para saber de perto como é a vida de um policial.
            Shirley ficou um pouco indecisa, mas como estava lendo sobre aquilo, seria a oportunidade perfeita para viver seu livro. Por que não aceitar?
            - Sim, irei aceitar o seu convite.
            A moça sorriu e as duas marcaram o horário que era para a Shirley ir à delegacia.
            Chegou o dia marcado e Shirley já estava se arrumando. Ela colocou um sobretudo marrom, parecido com aqueles que os detetives usam. Terminando de se arrumar, ela foi para a delegacia de sua cidade, encontrar-se com os policiais. Chegando lá, entrou e viu a mulher que a chamou. Ela cumprimentou a Shirley e a mandou esperar um pouco, que eles já chegariam. Shirley comeu rosquinhas, sentada num sofá, enquanto esperava seus parceiros chegarem.
            Não demorando muito, os policiais chegaram e olharam a Shirley. Eles conversaram e se apresentaram. Um chamava-se Bucker e o outro, Ed. Ela também se apresentou. Eles foram até o carro policial, todos entraram e foram para a cena do crime.  Ela fazia várias perguntas sobre a rotina policial e eles iam respondendo, com certo orgulho daquilo que faziam.
             O local da cena do crime era um moinho de vento antigo, que ficava no meio do nada. Era um local perfeito para matar pessoas e cometer outros crimes. Quando eles chegaram lá, já estava de noite e escuro. Os policiais desceram pegando lanternas e entraram no moinho. Shirley foi logo atrás deles, olhando ao redor. Ela sentiu um pouco de calafrio e também aquela sensação de estar sendo observada.
            Todos entraram no local e os policias foram investigando o moinho à procura de pistas sobre o assassinato que poderia ter ocorrido ali. Shirley ia fazendo perguntas, enquanto eles estavam procurando por pistas, até que encontram uma faca que parecia suja de sangue, então fizeram uma espécie de comemoração. Os policias guardaram a faca numa espécie de envelope de plástico e foram até o carro. Shirley foi junto e eles deram uma carona para ela até a sua casa. Eles a deixaram na esquina de sua rua e foram embora, despedindo-se.
            Após eles irem embora, ela começou a caminhar pela rua escura de sua cidade. Sentiu o mesmo calafrio que sentira no moinho. Olhou para trás e viu um carro preto com os vidros escuros, que a seguia lentamente. Ela, assustada e com medo, andou com um pouco mais depressa. Ficou se perguntando se o assassino teria a vigiado no moinho e agora estaria atrás dela. Chegando a sua casa, ela andou até a porta e, quando pegou a chave para abrir, por estar desesperada, acabou derrubando a chave no chão.
            Ela, após finalmente conseguir abrir a porta, entrou e trancou. Olhou pela janela,  viu o carro que a estava seguindo parado em seu quintal e um homem todo de preto saindo dele. Ela correu para o telefone e quando ia chamar a polícia, ela ficou branca de pavor, pois viu que o fio do telefone estava cortado. Mas aí, o pior aconteceu: sua luz foi cortada, sua casa de um minuto para o outro estava escura, totalmente um breu. Ela correu para um canto gritando de medo e se encolheu. Gritou mais ainda, quando escutou sua porta ser derrubada a chutes. Ela, no desespero total, notou a pessoa de preto entrando em sua casa e caminhando lentamente em sua direção. Continuou a gritar, quase já perdendo a sua voz, até que sua voz vai falhando aos poucos e ela desmaiou.
             Acordou com luzes em seu rosto e, quando se levantou,  ela viu pessoas com câmeras ao seu redor, juntamente com os policias que estavam no moinho com ela. Ela se levantou sem entender nada e vendo as pessoas ao seu redor rindo. Então, começou a perguntar às pessoas o que estava acontecendo e também perguntava onde estava o assassino. Foi aí que uma mulher apontou para um canto, onde estava o homem que, supostamente, matá-la-ia. Ficou espantada e começou a perguntar a eles o que acontecia ali. Eles explicaram a ela que aquilo tudo não passou de uma pegadinha e que eles eram da televisão. A polícia, o assassino, o moinho e todas as outras coisas, tudo foi uma pegadinha; tudo o que aconteceu ali não foi real.
             Shirley ficou bastante irritada com isso, tinha acabado de ser enganada por causa do desejo de viver o seu livro. Com raiva, ela pegou sua vassoura e ameaçou bater em uma das pessoas que estava filmando.  Eles pediram para ela se acalmar e explicam que naquela pegadinha tinha um prêmio para consolar a vítima. Shirley começou a se acalmar e perguntou qual era o prêmio.  Duas pessoas entraram na casa dela carregando uma mala que, quando aberta, a fez ver muito dinheiro ali dentro.
            - Um milhão! Tem um milhão aí! Afirma a mulher que a tinha convidado para participar dessa pequena brincadeira. 
            Shirley pegou a mala e ficou calada com raiva daquelas pessoas, mas como tinha recebido uma alta fortuna, resolveu ficar quieta e aceitar aquela brincadeira de mau gosto.
            Após ter todas as pessoas fora de sua casa, pegou o seu livro que tanto amava, mas agora não passava de um trauma. Pôs no fundo da gaveta aquele livro que a  tinha feito entrar nessa confusão. Ela pegou uma revista e começou a ler sobre viagem. Depois daquela confusão toda, o que ela precisava era esquecer tudo isso e relaxar.
             Passaram-se algumas semanas e Shirley usou seu um milhão para visitar uma ilha. Ela, após ter sido enganada, acabou adquirindo uma espécie de trauma pelo resto da sua vida. Não sabia ao certo se esqueceria tudo aquilo, mas, no fundo, essa experiência tinha lhe dado uma boa fortuna.
            Ao chegar à ilha, alugou um quarto num hotel que ficava perto da praia e comprou alguns livros de romance. Quando chegou ao seu quarto, deixou sua mala perto da cama e se sentou numa cadeira perto da janela. Pegou alguns dos seus livros e começou a ler, enquanto pedia a Deus para não passar por uma experiência daquela novamente.

Lailson

  

  
Extinção de Tartarugas


            Paulo era um biólogo da polícia ambiental, que foi enviado a uma missão, para pesquisar e procurar tartarugas de uma raça conhecida como "pintada".
            Um belo dia, Paulo recebera um telefonema do seu superior, o capitão Ferreira, que lhe disse: 
            - Paulo, vou dar-lhe uma missão que é pesquisar e resgatar tartarugas da raça "pintada". Já vou lhe repassar uma denúncia de cativeiro de tartarugas, que fica na Rua Figueira, localizada no interior de São Paulo. Caso sua missão seja lograda com êxito, você será promovido a tenente biólogo, emprego no qual receberá o dobro do seu salário atual.
            Paulo respondera prontamente: - Ok, senhor. Agradeço a confiança depositada em mim.
            Chegando ao local, Paulo e alguns investigadores fizeram um limpa e, finalmente, encontraram no quintal um grande cativeiro, onde estavam cerca de duzentas e setenta tartarugas, sendo que somente duas eram da raça pintada e machos. Agora, a missão de Paulo era outra: vasculhar todos os zoológicos do Brasil, em busca de uma tartaruga pintada fêmea.  
             Após procurar em todos os zoológicos da cidade de São Paulo e não achar, foi encontrada uma fêmea na praia de Santos-SP. Foi feito o acasalamento de ambos, para que houvesse novas gerações das tartarugas "pintadas". A fêmea teve cento e cinquenta ovos. A operação teve êxito, pois nasceram quarenta tartarugas.
            Depois desse caso, o lema "Extinção de Tartarugas Pintadas" nunca mais foi falado e Paulo foi nomeado como o mais novo tenente biólogo da polícia ambiental. Todos daquele local ficaram felizes com o final dessa história.

Marcus Vinícius




Fatos sobrenaturais

            Maytte era uma menina linda, de cabelos cacheados castanhos claros e um sorriso encantador. Já Flávia tinha cabelos lisos e ruivos. Amava chamar atenção; nem um pouco convencida.
            As duas eram amigas, moravam no mesmo bairro, estudavam na mesma escola e eram inseparáveis. Maytte dormia na casa de Flávia e vice-versa.
            Na saída da escola, elas se encontraram:
- Oi, Maytte! Tudo bem com você?
            - Oi, Flávia! Tudo sim. E com você?
            - Tô bem. Vai vir aqui em casa hoje ver filme?
            - Acho que sim, vou só confirma com minha mãe.
            - Tá bom então.
            - Vou ter que ir. Depois, falo com você. Beijos e até mais.
            - Beijos, amiga!
Maytte saiu correndo para falar com sua mãe, levou um tombo e bateu com a cabeça no chão. Sua mãe se assustou com o barulho e foi ver o que acontecera. Chegando à sala, ela se deparou com sua filha caída.
- Filha, você está bem? Perguntou a mãe, desesperada. 
            - Estou sim mãe, só bati a cabeça. Respondeu a menina, massageando o local da pancada.
            - Está tudo bem mesmo? Insistiu a mãe. 
            - Sim, mãe.
             Maytte levantou-se e perguntou:
            - Mãe, posso ir ver filme na casa da Flávia?
            - Pode, minha querida.
            - Obrigado, mãe! Vou me arrumar para ir, tá?
            - Tudo bem, filha.
Maytte chegou à casa de Flávia e contou sobre o seu tombo. As duas riram muito.
Escolheram o filme, pegaram pipoca e sentaram para assistir ao filme. Quando o filme acabou, já era muito tarde para Maytte ir embora. Então, acabou ficando para dormir...
Na manhã seguinte, elas acordaram e Maytte foi logo para casa. No caminho, ela começou a lembrar da sua avó e começou a chorar.
- Mãeeeeeee!!! Cheguei! 
            - Pra quê gritar, menina?
Ela foi direto para seu quarto para estudar, pois tinha prova. Com os livros na mão, sentou-se um pouco tonta e se deitou para ver se passava. Acabou caindo no sono e sonhou com algumas pessoas gritando, pedindo socorro. Acordou assustada, levantou e foi pegar um copo de água. Aproveitou
para comer. 
            Ao decorrer dos dias, os sonhos não paravam. Assustada, foi até a casa da sua amiga para contar-lhe o que estava acontecendo.
- Oi, Flávia! Preciso conversar com você.
            - Oi! Pode falar, amiga.
            - Estou tendo alguns sonhos de pessoas morrendo, porém não consigo saber quem são.
            - Que isso menina! Credo! Acho que você tá ficando maluca.
            - É serio! Não estou zoando. Eu vi um acidente bem em frente a nossa escola.  Dois carros bateram e todos que estavam dentro do carro morreram.
            - Ai, para! Só foi um sonho, não vai acontecer.
As duas estavam no quarto, quando a mãe de Flávia chamou-as para ver o jornal que dizia assim:
- Carros batem em frente à Escola Roberto Bragão, na Avenida B e todos que estavam dentro do carro morreram decapitados.
Maytte, assustada, olhou para Flávia e saiu correndo para casa.
            - O que deu nessa menina? Indagou a mãe de Flávia.
            - Não sei, mãe.
Esses pesadelos não paravam de acontecer e perturbavam a pobre menina. Não parou por aí. Tiveram mais sonhos, mais acidentes. Maytte ficava a cada dia mais assustada e sua amiga também. No começo, chegaram a pensar que era só coincidência. Mas, já cansadas dos acontecimentos, as duas resolveram chamar um conhecido  da família de Maytte, que acreditava nessas coisas sobrenaturais. Assim que ele chegou, ela falou:
- Manoel, está acontecendo algo bem estranho comigo. Tenho sonhos de pessoas morrendo e no outro dia ou algumas semanas depois acontecem.
- Por favor, me ajude! Disse Maytte, desesperada.
            - Isso já era de se esperar.
            - De se esperar? Não entendi.
            - É, Maytte. Sua avó tinha os mesmos sonhos que você. Ela via pessoas morrendo, acidentes.
            Maytte e Flavia ficaram espantadas com essa notícia.
            - Por que nunca me disseram isso?
          - Você era muito jovem para saber. Eu e sua vó já sabíamos que seria você, desde o dia que você nasceu. 
- Você também é assim?       
           - Não, não. Apenas o conselheiro.
            - Mas, enfim, o que eu faço para isso acabar?
            - Não vai acabar. Maytte,  tenho que ir. Com o tempo, você vai se acostumar e, quem sabe, você consiga evitar os acidentes. Até mais!
Maytte ficou sem entender, porém não desistiu e foi procurar mais sobre o assunto na internet. Não achou nada. Livros sobre isso, também não achou.
            Os sonhos dela foram ficando mais esclarecidos.   Aparecia  o  local,  a
hora, a data.
No dia 12 de maio de 1893, Maytte previra mais um acidente. Ela foi ao local e viu a pessoa que seria atropelada. Saiu correndo, puxou-a e morreram.
Maytte tinha visto duas pessoas sendo atropeladas, só não sabia que ela seria a segunda.

Emily






Irmãs heroínas

            Em Bruslândia, havia duas irmãs que tinham um segredo que ninguém além delas podia saber. Elas eram gêmeas, cabelos ruivos, lisos, olhos azuis bem claros e tinham vinte anos. Todos as conheciam e gostavam bastante delas.
            Quando elas tinham dez anos, descobriram que tinham super
poderes. Então, elas treinaram bastante para saber controlá-los, além de como e quando usar. O pior é que tiveram que aprender sozinhas, mas conseguiram com muito esforço. Elas, sempre que podiam, ajudavam a todos, principalmente a lei. Normalmente eram causas pequenas, como pegar bandidos que roubavam bancos etc.
            Mas, ultimamente, estavam acontecendo coisas muito estranhas em Bruslândia, mas ninguém além delas percebia. Mal sabiam elas que muitos vilões chegavam aos poucos à cidade de Bruslândia e aos poucos estavam atacando. Outros foram atrás dos poderes delas, até porque elas tinham o melhor e o mais poderoso poder que havia. Porém, nem elas sabiam disso e nunca procuraram saber.
            Certo dia, elas estavam indo passear e viram um lugar estranho que não conheciam. Era como um castelo mal-assombrado e ao lado havia um cemitério. Elas, muito curiosas, entraram no local. Estava tudo muito escuro, cheio de teias de aranha e com muita poeira. Lá dentro, tentaram olhar, mas não conseguiram, pois estava tudo muito escuro. Nesse instante, uma das irmãs, que no caso era a Violleta, falou:
             - Vamos embora e voltar amanhã com uma lanterna.
            As duas saíram e foram a um parque que havia chegado à cidade. Foram se divertir e adoraram os brinquedos, jogaram todos os jogos das barracas.  Na fila da montanha russa, encontraram dois irmãos que, por coincidência, também eram gêmeos. Apresentaram-se. Eles eram iguais a príncipes: loiros, de cabelos jogados para o lado, olhos verdes, com porte físico bem forte, ou seja, lindos. Eles as chamaram para tomar um sorvete e elas aceitaram. Chegando lá, viram uma pessoa de jeito bem estranho que as encaravam bastante. E, no momento que resolveram ir até lá, a pessoa sumiu de repente.
            Quando olharam lá fora, tudo estava pegando fogo e as pessoas estavam  correndo. Aquele estranho e outros vilões tentaram pegá-las para sugarem seus poderes, mas elas não eram fáceis assim. Começaram a lutar e usaram seus  poderes, só que os vilões eram muitos e fortes. As meninas lutariam com um de cada vez, porém eles resolveram ir juntos para cima delas, que ficaram sem chances de ganhar. Foi nesse momento que os dois irmãos chegaram para lutar.
            Estavam quase ganhando, quando mais quatro vilões chegaram e começaram a lutar. Os gêmeos já estavam exaustos, quando foram pegos e as duas, ainda lutando, tentaram salvá-los, mas os inimigos não deixaram. Quando elas os derrotaram, logo foram atrás dos irmãos, que não deixaram rastros. Sem pista nenhuma e muito cansadas, acharam melhor curar os ferimentos e descansar. As gêmeas também não aguentavam mais ir atrás deles.
            Assim que amanheceu, levantaram e foram procurar novamente. Foram àquele lugar sinistro, entraram, ouviram uns gritos e as duas logo se esconderam. Começaram a andar, mas, sem querer, derrubaram algo no chão e os vilões acharam-nas. Tiveram que lutar e, enquanto elas estavam lutando, os vilões foram subindo. Os gêmeos continuavam no andar debaixo, amarrados. Mas, como eram agéis, logo se desamarraram e fugiram. Subiram para lutar também, só que elas já tinham derrotado todos. Começaram a correr, abrindo portas e mais portas e, sem querer, os quatros no mesmo momento foram surpreendidos por mais vilões que apareceram. Eles também  tinham poderes e a situação foi ficando crítica. Violleta disse:
            - Saiam daqui rápido! 
            Eles falaram que não sairiam e as ajudariam. Ficaram lutando, até que um teve a ideia de prender os vilões em outra dimensão e, com o poder de uma delas, conseguiram abrir o espaço e jogaram todos os vilões lá dentro. Quando tudo acabou, viram que muita gente morreu.
            Saindo daquele lugar muito machucados, os quatros acabaram juntos e  os gêmeos casaram-se com as irmãs. Apesar de tudo, continuaram morando naquela cidade para protegê-la. Tudo voltou ao normal e a paz retornou ao local.
Anna Beatriz



Jacarés assassinos



            Na universidade mais importante de uma cidade, trabalhava um biólogo chamado André, que cuidava de todos os tipos de pesquisas. Ele adorava ter trabalho com animais.
            Certo dia, ele estava cuidando de dez jacarés que estavam num lago que havia ao lado do centro de pesquisas e, por um descuido que teve, deixou cair na água um líquido chamado experimento X. Com isso, os jacarés começaram a crescer acima do normal e atacar um vilarejo próximo dali.         
            Eles matavam adultos e crianças inocentes, inclusive a filha e a irmã do biólogo. Ao saber disso, André ficou com sangue nos olhos e prometeu que acabaria com os jacarés a qualquer preço. O pior era que eles estavam se reproduzindo cada vez mais. O biólogo começou a pensar no que poderia parar essa situação. Ficou pensando a noite toda, até que conseguiu desenvolver uma forma de acabar com eles: produziu um líquido que, caso entrasse em contato com a pele dos jacarés, queimá-la-ia toda, até eles morrerem.
            André foi ao lago e acabou com todos os ovos que estavam ali. Depois, foi para a cidade e, chegando lá, encontrou os jacarés comendo uma família. Também viu os moradores com armas, tentando parar os jacarés. Nesse momento, ele colocou o líquido que fez em balas que, se batessem em algum lugar, estourariam. André deu todas essas balas para os moradores colocarem em suas armas e, com isso, os moradores foram matando os jacarés um por um. Assim, resolveram o problema.
            Quando tudo se acalmou, André sentiu-se culpado por tudo que tinha acontecido e pelas pessoas que morreram; principalmente, sua filha e sua irmã. Por esse motivo, decidiu terminar sua carreira de biólogo para sempre.
Lucas Conceição


O destruidor Kessek e a superação

            Em 2030, foi registrado um meteorito que caiu no Brasil, mas o que não souberam foi em quem caiu...
            Muito além do Brasil, estava a Europa, onde duas pessoas estranhas cometiam crimes. Havia armas biológicas nesse tempo, mas não havia poderes especiais. Esses dois sujeitos tinham poderes sobrenaturais e provocaram  uma grande explosão.
            - Vamos, irmão! Pegue essas últimas bolsas, disse Kessek.
            - Pronto. Peguei, mano, disse Davi.
            - Estão nos cercando, ha ha ha!  Debochou Kessek.
            Eles soltaram uma grande explosão de energia ao redor, destruindo a maioria da cidade e fugiram voando. Foram para Nova Iorque, onde se esconderam em um motel.
            - Nossa! Dois bilhões de dólares, Davi! Isso dá para comprar muita coisa!
            - Verdade, Kessek. Mas, precisamos de mais para pagar a cirurgia do nosso pai.
            - É mesmo... Agora, vamos a qual país? Indagou Kessek.
            - Japão! Respondeu Davi.
            Os ladrões Davi e Kessek foram para o Japão. Chegando lá, no banco do Japão, eles soltaram energias explosivas. Uma na terra e outra no céu, para causar pânico nas pessoas que estavam no banco. Assim, elas saíram do banco e eles entraram roubando tudo o que podia.
            - Vamos dar o fora daqui, Kessek! Os guardiões estão vindo!
            Quando eles estavam fugindo, já havia muitos guardiões cercando-os e Kessek queria matá-los, porém Davi impediu que isso acontecesse.    
            - Pare, Kessek! Sem mortes dessa vez! Da outra vez, não tínhamos escolha, mas agora temos.
            - E que escolha é essa, gênio?
            - Fugindo pelo esgoto.
            Na hora em que Davi destruiria o chão, os guardiões chegaram e falaram:
            - E quanto ao seu pai?
            Davi, surpreendido, perguntou:
            - Que tem ele?  
            - Nós já sabemos de tudo, Davi e Kessek. Se não quiserem parar com isso, seu pai morrerá.
            - Por quê?!
            - É isso mesmo. Rendam-se!
            Davi, sem escolhas, rendeu-se. Contudo, Kessek revoltou-se e escapou voando e levando tiros. Davi foi detido e os guardiões falaram que sabiam de toda a história da vida deles. A mãe morreu no parto do Kessek e o pai cuidou deles como pai e mãe ao mesmo tempo. Entretanto, sofreu um acidente de carro em 2020 e os filhos trabalharam para pagar o seguro do carro que o pai tanto adorava. Porém, não conseguiram o dinheiro para pagar o tratamento dele, uma vez que ficou paraplégico e cego. Depois disso, eles encerraram a conversa com uma pergunta:
            - Como vocês se sentiram no primeiro dia com esse dom?
          - Vai se ferrar! Respondeu, irritado, Davi.
          - Guardas! Tragam a arma XXX.
            Eles trouxeram a arma que era capaz de matar uma baleia azul com um tiro e o guardião disse:
            - Adeus!
          Do nada, houve uma destruição e uma voz dizendo:
          - Eu voltei!
          Era o Kessek que tinha retornado, matando todos os guardiões e, no final, sobrou só o líder que estava interrogando o Davi.
          - Tire essa arma da cara dele! Gritou Kessek.
          O guardião puxou o gatilho, furando a cabeça do Davi. Kessek explodiu na hora o guardião.
           - Nãoooooo!!! Gritou, desesperado,  Kessek.
           Ele saiu do controle, mas escutou uma voz que dizia:
           - Kessek!
           - Quem é?
           - Sou eu, seu pai.
           Kessek desmaiou de tanta emoção. Quando acordou, estava em uma ilha com seu pai, que andava e enxergava. Ele disse:
           - Estou curado, Kessek. Chega de destruições.
           Kessek abraçou-o e falou sobre o Davi. O pai conformou-se.
           Naquela ilha, havia frutas e animais. Eles ficaram morando lá pelo resto de suas vidas...  

Daniel Nascimento


 



O exílio

            Morava em Connecticut uma menina muito especial, seu nome era Sophia. Ela morava com sua avó, pois seus pais foram assassinados, mas ela não sabia, porque sua avó não lhe contara. A menina só tinha uma lembrança deles: um colar em forma de coração, na cor branca, que seu pai dizia ser especial. Antes de morrer, ele disse a Sophia, ainda pequena:
            - Filha, não se enfraqueça e nunca tenha medo. Mostre a eles que é forte e corajosa.
            A partir daquele dia, Sophia ficou solitária, porque não tinha amigos. Ela morava em um lugar hostil, onde não se via alegria, ou seja, um exílio!
            Certo dia, criaturas da terra vizinha inexplorável começaram a invadir Connecticut, matando todos que viam pela frente. Eram horríveis, tinham o rosto de zumbi e o corpo era puro esqueleto. Todos os moradores começaram a se esconder, mas em especial protegiam as crianças. Eles as levavam para um alojamento (subterrâneo), enquanto os mais velhos lutavam para protegê-los. Foi lá que Sophia fizera seu primeiro amigo, o Erick. Ela perguntou o que estava acontecendo e ele a perguntou de volta:
            - Você não sabe? 
            - Sabe o quê? 
            - Que estamos sendo atacados por criaturas horríveis!
            - Isso eu tô vendo.
            - Mas você não sabe por que estão aqui?
            - Não.
            - Estão à procura de uma garota muito valiosa.
            - Que garota? Perguntou curiosa. 
            - Uma que é forte o suficiente para os matarem, por isso estão aqui. Querem matá-la antes que ela os matem.
            - Ah, desculpa! Nem me apresentei... Meu nome é Erick. Muito prazer! E o seu?
            - Sophia. Muito prazer.
            - Mas, Érick,  você não sabe realmente quem é ela?
            - Infelizmente, não, Sophia. 
            - Tem alguma pista? Nada? Ainda insistiu a garota. 
            - Bom, sei que seus pais foram assassinados por essas criaturas. 
            - Quando foi isso? Perguntou curiosa e aflita.
             - Há uns cinco anos. Por quê? Já ia me esquecendo! O pai dela deu-lhe um colar em formato de coração, na cor branca, muito valioso, que contém um poder tão grande que é capaz de acabar com uma raça inteira.
            Ela mostrou o cordão que seu pai lhe dera ainda pequena e o perguntou:
            - Seria esse?
            - Caramba! É ele! Bom, parece que é. Então, quer dizer que você é a nossa líder.
            - Líder? Perguntou ela.
            - É. Vai lá para cima lutar com eles e os parem.
            - Você tá maluco? Não vou sozinha.
            - Tem razão.
            Logo, Érick, falando isso, segurou a mão da Sophia e disse:
             - Desculpe-me. Corrigindo, vamos todos nós!
            Reuniram todas as crianças para lutar por suas vidas e seu lar Connecticut. Sophia lembrou o que seu pai lhe dissera: “Não se esqueça, não tenha medo. Mostre a eles que é forte e corajosa”. Sophia fechou os olhos e ao abrir gritou:
            - Quem está comigo?
            Todos responderam: - Eu!
            E assim foram para a superfície. Chegando lá, a vó de Sophia a viu e gritou:
            - Sophia, vá para dentro!
            Na mesma hora, o zumbi esqueleto cuspiu ácido e acertou o peito de sua avó, que caiu no chão, gemendo de dor. Sophia gritou, em estado de pânico:
            - Vó!
            Sophia e Érick correram em direção à senhora. Ela a puxou pela cabeça e a colocou em seus braços.
            Chorando muito, a menina começou a falar: - Por que com você, vó? Por quê?
            Sua avó, preste a morrer, disse-lhe:
            - Sophia, você é uma garota muito especial e vai nos defender desses monstros horríveis.
            - Vó, por que não me contou sobre meu pai? Por que não me disse quem sou eu?
            Sua avó respondeu com toda clareza: - Porque você, minha neta, vai descobrir sozinha. Estou vendo que já fez isso. Arranjou até um amigo.
            - Mas, vó, eu preciso de você!
            - Não mais! Disse a avó, no seu último suspiro.
            - Não! Gritou Sophia.
            Ela gritou tão alto que todos os zumbis esqueletos viraram a atenção para ela. Sophia, ainda com sua vó nos seus braços, disse:
            - Vai se orgulhar de mim.
            Depois disso, deixou-a no chão e  levantou  a cabeça, pegando o colar. Nesse instante, tudo se transformou em um grande clarão amarelo. Quando acabou, não se via mais nenhum monstro. Sophia tinha usado toda sua energia e já estava nos seus últimos suspiros. Seu amigo Érick correu para ajudá-la. Desesperado, perguntou:
            - Sophia, o que eu faço?
            Ela segurou na sua mão e falou:
            - Nada.  Não precisa fazer nada.
            - Como assim nada? Perguntou Érick, assustado.
            - Tome. Fique com isto, disse Sophia.
            - Mas é o seu cordão!
            - Eu sei, mas agora ele é seu. Cuide dele para mim. Não só dele, mas das crianças e de nossa terra.
            - Sophia, por que está falando isso?
            - Porque estou entre a vida e a morte e não viverei para proteger mais ninguém. A partir de hoje, você é o novo líder de Connecticut. Boa sorte! 
            Ela se foi com seu último suspiro. Sua mão ainda continuou em Érick, que disse:
             - Sophia, eu juro que não a desapontarei.
            Assim, Érick passou a liderar as crianças órfãs e se tornou o novo líder, cumprindo com sua promessa até a morte.
Marianna








  
O monstro Rayan


            Num belo dia, uma menina ficou em casa sozinha e resolveu ir a uma lagoa perto de casa para brincar na água. Ao entrar, a menina sentiu algo nas pernas. Ela se assustou, mas continuou caminhando para mais longe da beira, até que algo a puxou para baixo da água e a menina desapareceu.
            Dando falta da menina, parentes procuraram saber o motivo e, ao saber que a "lagoa" já tinha feito outros reféns, familiares e amigos instalaram uma câmera de frente para lá, a fim de saber o que acontecia ali.
            De primeira, eles colocaram uma armadilha com galinhas para saber se era algum animal carnívoro. Ao fazer a armadilha, apareceu um "monstro" e a pegou. As pessoas se assustaram ao ver o vídeo pela câmera. Assustadas, eles pausaram na hora do bote da criatura e perceberam que era um barulho muito estranho "RA YA N" e que nunca foi descoberto. Ele tinha uma calda de jacaré, corpo de tubarão e rosto de humano com dentes de piranha. O "animal" ficou conhecido como o monstro RAYAN, pelo barulho e pela cara feia.
            Agora, todos sabem que quem entrar na lagoa nunca mais sairá. 

Victor Carlos









Os poderes
                                 
            Meu amigo Mateus era muito legal. Ele voava. Esse era um dom que tinha e dava para se divertir, pois voava por aí. Via a cidade de cima e podia ajudar as pessoas, enquanto eu só ficava aqui parado, sentado numa cadeira de rodas.
             Era tão ruim não poder andar. Perdi os movimentos das pernas quando sofri um acidente de carro e o meu dom foi-se com elas. Isso aconteceu há alguns anos, no dia 12 de janeiro de 1985. Foi terrível.
             Pensei que não afetaria a minha personalidade, só que afetou. A vida, às vezes, não é o que esperamos. Tudo muda ao longo dos dias, mas, graças ao meu amigo, meus dias não foram tão ruins. Ele me ajudou muito, pois me apoiava e me levava para voar. Isso era legal demais.
            Um dia, ele caiu e se machucou a ponto de morrer. Foi muito triste. Mas, antes disso acontecer, ele me havia dito que eu podia ter o dom dele. Era só ele passar para mim, que minhas pernas voltariam a funcionar. Só que eu não queria que ele perdesse seu poder para me fazer feliz. Por um tempo, ele falava que me daria e eu recusei. Agora, aceitei. Foi aí que ele me passou o seu dom e eu voltei a andar, que era tudo o que eu mais queria. Mas eu lembrei que meu dom era de mentalidade, mover coisas e tudo mais. Então, passei para ele e evitei a sua morte, pois meu dom ajudou-lhe a conter o tumor cerebral.
            Hoje em dia, nós somos muito felizes, brincalhões e extrovertidos. Estamos sempre alegres, salvando pessoas e prendendo os ladrões.

Maikon Bahiense








Paixão proibida

            Giovana era uma menina de 16 anos que estudava numa escola particular do Rio de Janeiro. Ela era apaixonada por Gabriel, um jovem de 18 anos que estudava na escola de formação da Marinha.
            Cada dia que passava, eles se aproximavam mais e a paixão crescia. Porém, os pais de Giovana não sabiam do namoro, pois achavam que ela era muito nova para isso. Então, eles namoravam escondido, já que consideravam a proibição uma besteira e que ninguém os impediria de serem felizes.
            O tempo foi passando e os pais dela descobriram tudo. Eles proibiram o casal de se ver, mas eles não aceitavam. Gabriel decidiu pedir a mão de Giovana em casamento, porém ela ficou com medo da reação de seus pais. O rapaz, então, foi até a casa dela conversar com eles. A mãe de Giovana, dona Simone, disse que não o queria ali, porém o rapaz não desistiu e disse:
            - Dona Simone e Seu Augusto, boa noite! Vim aqui pedir a mão de Giovana em casamento.
            - Não! Como assim? Claro que não! Gritou a mãe da menina, desesperada.
            O pai, com um olhar de espanto, também perguntou  o que era aquilo. Gabriel respondeu que eles se amavam e queriam ficar juntos. Seu Augusto olhou para dona Simone e perguntou o que ela achava daquilo. A senhora, rindo com ar debochado, disse que não aceitaria aquela situação e que sua filha não se envolveria com aquele rapaz, pois ele não trabalhava e não teria como formar uma família. O pai da menina concordou e expulsaram o jovem da casa deles. Gabriel insistiu, dizendo que já estava se formando e em breve estaria empregado. Eles o mandaram embora.
            - Não vá, Gabriel! Eu te amo! Giovana gritava aos prantos.
            - Já decidimos. Daqui você não sai, disse seu pai.
            - Eu quero, eu vou e ponto! Meu futuro é com ele! Respondeu furiosa.
            Giovana tentou convencer os pais de todas as formas. Prometeu que seriam felizes, mas seus pais estavam decididos. Ela correu para os braços de Gabriel e disse que jamais o deixaria.
            Dona Simone falava de todo amor e carinho que ela tinha em casa, além do conforto. Mas, Giovana não aceitava ficar longe do seu amor. Ela disse para a mãe que crescera, não ficaria na casa dos pais para sempre e deveria aproveitar aquele momento, pois não encontraria outra pessoa que a amasse como o Gabriel. Além disso, estaria sempre ali.
            Dona Simone começou a chorar e acabou concordando com o casamento. Giovana gritou de felicidade.
            - Minha filha, tem uma condição: você só sairá daqui quando tiver sua casa com tudo certinho.
            - Então, vá buscar suas coisas, pois a nossa casa já está pronta, disse Gabriel, rapidamente, para Giovana.
            - Como assim?! Quero ver isso de perto, indagou surpresa dona Simone, com os olhos arregalados.
            Eles foram até a casa que Gabriel ganhou dos seus pais. Dona Simone ficou emocionada e pediu que a filha não ficasse longe dela. Giovana prometeu que estaria sempre por perto e que eles também poderiam ficar na sua casa, quando quisessem. Dona Simone olhou para o marido e disse:
            - Então, podemos dormir aqui hoje, né Augusto?
            - Ah, mãe, hoje não vai dar. Tenho que arrumar a casa e cuidar de muitas coisas.
            - Não, minha filha. Mamãe faz questão de ajudar.
            Gabriel ficou revoltado com a sogra que não queria desgrudar de sua querida filha, mas resolveu deixar os sogros dormirem lá. Giovana discordou, pois sabia que a mãe não os deixaria mais em paz. Principalmente na hora de dormir, pois a mãe queria ficar no quarto com a filha. Seu Augusto chamou a atenção da mulher, pois a filha não era mais criança. Mas, depois de muita discussão, Giovana concordou em dormir com a mãe. Gabriel e seu pai dormiram no outro quarto.
            Ao amanhecer, o casal preparou um delicioso café para todos e trocaram declarações de amor. De repente, eles ouviram gritos da dona Simone, que estava desesperada chamando pela filha. Giovana foi até lá e acalmou a mãe, que não se lembrava do genro. Seu Augusto brigou com a esposa e a chamou para tomar café, pois tinham que ir embora.
            - Embora? Para onde, Augusto? Indagou dona Simone.
            - Ora, mamãe! Para a sua casa. Você disse que só ficaria aqui essa noite.
            Assim, foram todos tomar café. Ao terminarem, seu Augusto levantou-se e retirou as coisas da mesa. Giovana mandou o pai largar tudo, pois ela cuidaria da louça. Dona Simone tomou a frente e cuidou de tudo. Quando terminou, Giovana agradeceu e seu Augusto disse que já estava na hora de ir embora, pois a filha tinha que arrumar a casa. Dona Simone queria ficar para o almoço, mas Gabriel despachou a sogra, dizendo que fariam as refeições na rua e que ficasse para uma próxima vez.
            - Podemos ir com vocês? Perguntou a sogra.
            - Simone, já chega! Quando eles quiserem a nossa companhia, vão convidar. Deixa a nossa filha viver a vida dele e vamos viver a nossa! Pare com isso! Alterado, disse seu Augusto.
            - Tchau, filha. Mamãe te ama. Gabriel, se você fizer alguma coisa com minha filha, chamo a polícia, os bombeiros e todo mundo para te pegar.
            - Pode deixar, sogrinha. Cuidarei bem da nossa princesa, respondeu Gabriel.
            Lá se foram eles embora... Giovana correu para vê-los da janela e sua mãe gritou que a amava. As pessoas que estavam na rua não entenderam nada. A menina respondeu que também a amava e que ficasse tranquila, pois era a filha mais feliz do mundo.
            Enfim, Gabriel e Giovana casaram-se e foram muito felizes na sua nova casa.

Bruna Rosa

          





Passeio com a família

            Certo dia, dona Ana queria fazer um passeio com a sua família. Era o aniversário do seu filho mais novo. Ele queria muito ir ao zoológico e ao museu. Assim, eles foram alegres curtir o passeio. Foram almoçar no restaurante que havia no zoológico.
            Quando dona Ana deu por si, percebeu que o Gabriel não estava ali.  Rodou o zoológico todo procurando o menino, perguntando às pessoas.
            - Meu Deus! Onde está meu filho? Gritava, aflita.
            De repente, ela avistou o filho, que vinha ao seu encontro e perguntou:
            - Onde você estava, menino?
            - Fui comprar pipoca, mãe, respondeu ele.
            - Não saia mais sem me avisar, ouviu?
            - Mãe, estou muito contente com o  passeio que nos fizemos no dia do meu aniversário, disse ele.
            - Sim, meu filho. Você merece. Vamos ao museu agora?
            - Claro que vamos, mamãe!
            Quando chegaram ao museu, o menino ficou espantado com o tamanho do lugar. Disse para a mãe que tudo ali era muito legal. Ela concordou com ele.
            Gabriel agradeceu muito a sua mãe por aquele dia, que terminou com bolo e parabéns.  

Igor dos Santos









                                

Um dia de má sorte


Tudo começou num belo dia de chuva, no qual era para mim o clima perfeito. Fazia um pouco de frio naquele dia; isso, eu posso afirmar!
Enquanto estava dormindo, tive um magnífico sonho do qual eu gostei muito, mas algo me interrompeu de continuar a sonhar. Logo despertei pulando da cama como se tivesse tomado um susto muito grande. Ainda com os olhos meio que fechados, levei a mão até os olhos e os esfreguei com delicadeza, tirando a remela dos cantos. Com isso, abri-os por completo já avistando o acusado por me acordar sem o menor jeito de educação. Obviamente, o culpado foi o próprio inimigo do sono: o despertador. Então, levantei-me da cama e o desliguei. Fui para o banheiro arrumar-me porque naquele dia eu tinha aula!
 Quando terminei de arrumar-me, uma coisa muito importante veio-me à mente: eu tinha uma prova de matemática que estava me esperando para ser feita. Peguei o meu celular e vi a hora que ele marcava. Tomei outro susto e vi como o tempo voa, pois já estava atrasado. Corri até a cozinha para tomar um café, com um pedaço de bolo em uma mão e com a xícara na outra. Comecei a comer rápido, depois dei um beijo na minha mãe e parti para a porta da cozinha que dava passagem para a varanda da minha casa. Mas, quando eu abri a porta, a minha mãe falou comigo:
- Filho, por acaso você já pegou o guarda-chuva?
            Eu respondi: - Ah, mãe! Obrigado por me lembrar!
Corri para o meu quarto para pegar o guarda-chuva que estava em cima da cama. Mais uma vez, fui até a porta da cozinha, abri e saí percorrendo a varanda até chegar ao portão. Parti para o ponto de ônibus, correndo o máximo que podia.
Cheguei ao ponto e já avistava o coletivo vindo. Fui pegar o meu riocard dentro da mochila, mas algo estava errado. Percebi que eu tinha esquecido a mochila em casa. Então, falei em voz alta:
            - Isso não pode estar acontecendo!  Não, não pode mesmo!
            Enquanto isso, o ônibus aproximava-se do ponto. Voltei para casa correndo, mas no meio do caminho dei uma olhadinha para trás e avistei o ônibus indo embora, sem sequer parar no ponto.  Nisso, eu com a minha falta de atenção, não avistei uma poça de tamanho médio que estava bem a minha frente. Como ainda estava correndo, acabei caindo por não conseguir parar a tempo. Fiquei todo molhado e sujo de lama, levantei-me e novamente repeti o que tinha falado:
            - Não! Não! Isso não pode estar acontecendo!
            Levantei-me e fui caminhando até chegar a minha casa.
            Chegando lá, fui tomar outro banho e trocar a roupa. Só que, quando acabei de fazer tudo isso, lembrei-me de pegar a minha mochila. Parti para o ponto de ônibus novamente. Até parecia que a má sorte andava ao meu lado naquele dia. Peguei o ônibus e passei o riocard na máquina. Passei o meu dedo indicador esquerdo no leitor da biometria, acertei de primeira e passei na roleta.  Fui sentar-me no fundo, onde tinha um banco com uma janela, avistando a paisagem pelo caminho que eu percorria todos os dias. Durou uma hora até chegar ao local onde eu soltava.
            Quando avistei o local onde já estava acostumado a descer, puxei a cordinha, que deu um alarme dizendo que era para o motorista parar no próximo ponto. Quando ele parou, soltei e fui caminhando para a escola.  Já estava faltando pouco para chegar. Passei perto do mercado, andei mais um pouco;  passei por onde vende gás, andei mais um pouquinho, até chegar no portão da escola. Entrei falando bom dia para o porteiro. Ele só balançou a cabeça, confirmando.
            Fui até a minha sala, entrei e me sentei em uma cadeira no meio da sala.          Quando eu cheguei, a professora já estava distribuindo a prova para fazer.  Levantei-me e peguei a prova. A professora fez o mesmo discurso que ela fazia em todos os dias de avaliação. Ela nos desejava “boa sorte!", mas mal sabia que a sorte tinha me abandonado por completo.
            Abri a mochila, peguei a caneta preta e comecei a fazer a prova. Fiquei pensando um pouco para resolver o problema e consegui responder, só não sabia se estava certo. Continuei até terminar a prova. Quando terminei, levantei-me e caminhei até a professora, entregando a prova feita. Como de costume, quem terminasse podia sair da sala.
             Andei até chegar ao pátio e me sentei. Fiquei observando os alunos. Nisso, o tempo foi passando... Foi passando... Até dar a hora de ir embora. Enfim, a hora chegou. 
            Saí e caminhei até um ponto de ônibus. No caminho, tive que atravessar uma rua que, geralmente, é muito movimentada. Olhei para os dois lados e atravessei. Quando estava quase chegando à calçada, veio um menino com uma caixa de ovos correndo em minha direção. Olhando ele vir, pensei primeiramente que ele estava atrasado para alguma coisa. Ele não me viu e acabou esbarrando em mim, fazendo quebrar todos os ovos que, por sorte, estavam dentro de uma sacola.
            Com a força do impacto, caí no chão, no meio da pista. Comecei a levantar-me rápido, quando um carro veio e me acertou, mas não com muita força a ponto de me matar. Fui arremessado a um metro de altura e dois metros de distância.  Isso me fez quebrar uma das mãos. O menino, que estava me olhando, não acreditou no que tinha acontecido. O motorista do carro não me deu os devidos socorros. Ele acelerou o carro e foi embora. As pessoas que estavam ao meu redor ligaram para a  ambulância. Fiquei desacordado por no mínimo cinco minutos. Passaram-se mais quinze minutos e o socorro chegou. Eles me atenderam, dando os primeiros socorros.
            Parti para o hospital dentro da ambulância e, chegando lá, eles me colocaram em repouso. Quando já estava tudo bem, pedi que ligassem para minha mãe.  Dei o número e assim eles fizeram, avisando minha mãe que eu tinha sofrido um acidente.  Eles disseram para ela não se preocupar porque tudo estava bem, dando a informação de qual hospital eu estava. Minha mãe, depois de meia hora, chegou lá e me abraçou. Sorrindo, o médico falou que no dia seguinte eu poderia ir para casa.
             Passou um mês e eu estava me sentindo novinho em folha.  Continuei a ter a minha vida normal como se nada tivesse me acontecido.

Lucas Martins 










  

Viajando para o futuro


            Num dia qualquer em 1986, uma garota que se chamava Any, de quinze anos, estava ansiosa para conhecer o filho da vizinha, mas Chris era um menino muito quieto. Um belo dia, Any foi falar com ele. Chris estava no porão de sua casa, fazendo uma invenção.
            - O que você está fazendo? perguntou Any.
            - Estou fazendo uma máquina do tempo! respondeu Chris.
            - Que legal! Quando ficar pronta, quero viajar para o futuro! Disse ela.
            Chris disse que era muito perigoso, mas assim que ficou pronta, chamou Any e os dois foram para o futuro. Eles viajaram para 2010, e então descobriram que casariam e teriam dois filhos. Muito assustados, os dois voltaram para o presente, brigaram e cada um foi para a sua casa e ficaram sem se falar por dez anos.
            Com o passar do tempo, Chris percebeu que seu destino era ao lado de Any. Com vinte e um anos, ela conheceu Zayan. Chris sentiu ciúmes, então ele voltou para o passado e não deixou Any entrar na máquina, mas mesmo assim os dois brigaram e ficaram anos sem se falar, até que Chris se deu conta que do mesmo jeito ficariam sem falar. Depois disso, ele a procurou e disse tudo que sentia por ela, que brigou com ele por ter esperado tanto tempo para se declarar. Chris voltou para casa e foi dormir.
            No dia seguinte, retornou à casa de Any e a pediu em casamento. Ela não aceitou o pedido, dizendo que era cedo demais para ela se casar com ele e que não o conhecia direito como gostaria de ter conhecido. Ele a levou até a máquina do tempo e pediu para ela escolher um ano. Ela escolheu 1989 e eles viajaram no tempo. Ali, eles fizeram as pazes, brincaram, brigaram e passaram por várias situações juntos.
             Por fim, acabaram na mesma cena, onde ele a pediu em casamento e desta vez ela aceitou. Chris e Any casaram-se, tiveram filhos e ficaram juntos até o final de seus dias.

Ana Júlia





FIM